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Sesma alerta para prevenção e tratamento no Dia de Combate à Hipertensão

Foto: Kezia Carvalho
Sesma alerta para prevenção e tratamento no Dia de Combate à Hipertensão
Sesma alerta para prevenção e tratamento no Dia de Combate à Hipertensão
Sesma alerta para prevenção e tratamento no Dia de Combate à Hipertensão

O neurocirurgião Eduardo Leitão, do HPSM Mário Pinotti, explica que há pessoas que são sintomáticas para a doença e outras pessoas que são assintomáticas, daí a necessidade da vigilância constante.

Nesta quinta-feira, 26, se celebra o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. De acordo com dados recentes da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, de 2006 para 2016 passou de 22,5% para 25,7%, no Brasil, o percentual de pessoas diagnosticadas com hipertensão.

A hipertensão arterial pode fazer uma pessoa ser acometida de um acidente vascular cerebral (AVC), que pode ser isquêmico ou hemorrágico, caso o hipertenso não trate adequadamente a doença. Foi o caso da aposentada Iolanda Santos, 81 anos, que está internada no Mário Pinotti desde domingo, 22, depois que teve o segundo AVC.

De acordo com a nora da paciente, Diene Eire, ela trata a hipertensão na Unidade Municipal de Saúde (UMS) da Terra Firme e seguia corretamente a dieta, mas outros fatores ocasionaram o pico de pressão e consequentemente o AVC. “No domingo ela me chamou de manhã cedo. Quando eu cheguei no quarto dela a encontrei caída no chão e já sem falar. Existe toda uma rede de apoio para o tratamento, as próprias enfermeiras do programa vão em casa levar os medicamentos, e ela é bem rigorosa quanto a isso, mas se aborrece com facilidade e isso é muito perigoso”, disse.

Iolanda é apenas uma das centenas de pessoas que dão entrada por ano no HPSM da travessa 14 de Março. Somente em 2017, quase 600 pacientes chegaram ao hospital com AVC isquêmico ou hemorrágico. Por isso, para alertar a sociedade sobre a doença, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) tem intensificado as orientações de prevenção por meio do programa HiperDia, implantado em todas as Unidades Municipais de Saúde e Estratégias Saúde da Família (ESFs).

De acordo com o secretário de saúde de Belém, Sérgio de Amorim Figueiredo, o programa HiperDia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Esse atendimento permite gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. Além das orientações nutricionais e consultas regulares nas unidades de saúde, a Sesma também realiza o acompanhamento ambulatorial. O paciente cadastrado no HiperDia participa de atividades físicas, promovidas pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs), numa perspectiva da prática de hábitos saudáveis, controle do peso e qualidade de vida”, explicou o secretário.

A pressão arterial é a força que o sangue exerce na parede das artérias. Quando essa força aumenta, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue e se configura a hipertensão arterial, que ocorre quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 milímetros de mercúrio (ou 14 por 9).

De acordo com o neurocirurgião do Hospital de Pronto Socorro Municipal (HPSM) Mário Pinotti Eduardo Leitão, há pessoas que são sintomáticas para esta doença e passam a ter dor de cabeça, tontura, vertigem, dor irradiada para a nuca ou apenas localizada na região fronto-temporal e existem pessoas que são assintomáticas, que não sentem nada e têm hipertensão arterial.

“Estes dois grupos precisam ser diagnosticados. Os que têm sintomas, evidentemente são os mais fáceis: é só medir a pressão arterial e você vai detectar os níveis acima de 130 por 80 milímetros de mercúrio, popularmente chamado 13 por 8. Acima disso já se considera como hipertensão. Com 14 por 9, hoje, o paciente já é considerado hipertenso leve, precisa de orientação médica”, explica o especialista, ressaltando ainda que o diagnóstico de hipertensão arterial não é feito apenas aferindo a pressão arterial uma vez. “Não basta apenas uma medida da pressão arterial mostrando elevação dessa pressão para se fazer o diagnóstico, é preciso medir várias vezes ao dia e alguns dias, aí sim você tem uma ideia. Se todas essas medidas mostrarem pressão arterial acima de 130 por 80 mmHg, aí sim esse paciente tem diagnóstico de pressão arterial”, completa.

Confira os fatores de risco para hipertensão arterial:

- Hábitos alimentares irregulares com elevado consumo de sal e produtos industrializados;

- Sobrepeso e obesidade, que aceleraram em até 10 anos o aparecimento da hipertensão;

- Tabagismo;

- Hereditariedade: quem tem o pai ou a mãe com hipertensão tem 30% de chances de se tornar hipertenso. Se a herança é bilateral, o risco da hipertensão aumenta para até 50%. Neste caso, quem é filho de hipertensos deve fazer avaliações médicas periódicas;

- Diabetes;

- Envelhecimento; e

- Sedentarismo.

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