A Secretaria Municipal de Educação (Semec) levou a sala de aula para a praça da Bandeira na manhã desta sexta-feira, 18, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, para festejar, junto com pais e alunos, o sucesso do projeto “Direito de ser criança e adolescente”, desenvolvido há 11 anos nas escolas e unidades de educação infantil de Belém.
Segundo a professora Célia Pena, coordenadora do projeto, o amor da família e o cuidado de professores e amigos é a principal arma de combate aos crimes cometidos contra as crianças. O projeto é desenvolvido em 14 escolas e 12 unidades de educação infantil.
Muita gente foi à praça participar do evento. Em três estandes foram oferecidos jogos e brincadeiras lúdicas e expostas cartas escritas pelas crianças. Atividades de música e poesia também fizeram parte da programação.
A secretária municipal de educação em exercício, Jaqueline Khaled, deu as boas-vindas aos visitantes e se emocionou ao falar dos avanços obtidos pelo projeto, que antes de tudo visa orientar os pais e responsáveis sobre os direitos das crianças e adolescentes, destacando as formas de enfrentamento à violência e maus-tratos. “É com muito orgulho que estamos aqui realizando pela 11ª vez este evento, que é a culminância das ações de todas as escolas envolvidas com o projeto ‘Direito de ser criança e adolescente’. Aproveitem esse dia, que é muito importante para todos nós”, disse Jaqueline, frisando ainda que a prevenção é uma das importantes armas contra os crimes de abuso sexual.
O projeto “Direito de ser criança e adolescente” reforça a necessidade de informar pais e responsáveis sobre os cuidados e a identificação de características que podem estar relacionadas ao crime de abuso de sexual. Segundo a professora Célia Pena, o abusador geralmente é um membro da família ou pessoa muito próxima e por isso a identificação do crime ainda é um desafio, mas alguns comportamentos apresentados por crianças abusadas, como tristeza, isolamento e apatia, podem ser indícios de violência.
“Por meio do projeto nós envolvemos nossa comunidade de professores e pais e mantemos rodadas de conversas. Durante o mês de maio, nós intensificamos essa programação envolvendo conselhos tutelares, Promotoria da Infância e Juventude, profissionais da saúde em abordagens e na retaguarda para o atendimento de vítimas, porém nosso maior sentimento é o amor e procuramos transmitir aos pais, porque o amor é do ser humano”, destacou a coordenadora do projeto, que também é pedagoga e mestra em educação pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Participaram da programação, ainda, os estudantes da Semec que escreveram as “Cartas Para a Paz”, distribuídas nesta quinta-feira, 17, no Aeroporto Internacional de Belém, e cerca de 800 pessoas entre pais, alunos e professores.
A dona de casa Flávia Oliveira, mãe da estudante Daniela, de 4 anos, participou da atividade na praça. Ela disse que a família se sente mais protegida com as orientações do projeto e que os professores têm ajudado bastante no combate aos crimes contra crianças e adolescentes. “Eu fico muito triste em saber dos casos, por isso eu procuro ajudar os professores na educação da minha filha”, afirmou.
A mãe do estudante Kaik Lohan, Amanda Costa, participou recentemente de reunião na escola sobre o assunto e achou muito importante a iniciativa dos professores em orientar os pais sobre maus-tratos e violência. O casal Leandro Caldeira e Paula Camila está junto há pouco tempo. Ele é padrasto de Gabriela, de 4 anos, e disse que ainda está se recuperando de um trauma que acompanhou na comunidade. “É muito triste, por isso eu apoio qualquer ação de combate ao crime contra crianças”, disse o rapaz.
A programação na praça da Bandeira seguiu por toda a manhã, com exibição de danças e exposição de cartazes e desfile das escolas e unidades de educação infantil. Ao final da programação, todos os grupos desfilaram em cortejo pela praça. As crianças pediram paz e que os casos de abusos sejam denunciados ao Disque 100.