Cerca de 20 moradores dos bairros da Cremação, Condor e Jurunas concluem nesta quarta-feira, 25, a formação do curso de Produção de Alimentos – tortas quentes e frias do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A atividade é desenvolvida completamente sem custos para os participantes que também recebem vale-transporte para a locomoção até o local das aulas e faz parte dos mais de 50 cursos e oficinas que estão sendo ofertados pela Prefeitura de Belém, por meio do Programa Sanear Belém, para promover o desenvolvimento social e o fortalecimento das atividades econômicas nas comunidades atendidas com obras do Programa de Saneamento Básico da Bacia da Estrada Nova.
Até o final das obras do Programa de Saneamento, previstas para 2022, a meta é beneficiar pelo menos 700 pessoas com cursos e oficinas nas áreas de gastronomia, construção civil, estética e ainda, orientações para inserção e recolocação no mercado de trabalho, com conhecimentos de comunicação, relações humanas, comportamento no trabalho e produção visual.
Rodrigo Alves tem 16 anos e é um dos mais jovens da turma do Curso de Produção de Tortas. Veio por intermédio da mãe, dona Daniele Monteiro, que também está na turma e incentiva o filho que já pensa em investir na área de gastronomia como uma futura profissão. “É uma oportunidade, porque esse ramo de gastronomia tem crescido aqui em Belém”, avalia o adolescente, que diz que pretende ser chefe de cozinha e buscava uma oportunidade de fazer o curso, mas ainda não tinha tido chance. “Os cursos eram caros demais. Agora, oportunidade é oportunidade e tem que abraçar de qualquer jeito, aprender o máximo”, afirma o rapaz que exibe orgulhoso uma torta que ajudou a preparar.
Dona Daniele Monteiro, mãe de Rodrigo, elogia o curso e diz que além da formação dela e do rapaz, a atividade é uma forma de manter o adolescente longe das ruas, em uma programação produtiva, distante das más companhias, onde toda a família ganha, porque também fica mais unida.
Já a pedagoga Sandra Helena Ferreira, de 53 anos, desempregada há sete, entende que o curso amplia as possibilidades de trabalho dela. “Isso é um leque de oportunidades que se abre e a minha ideia é trabalhar com isso, com a produção de comida”, planeja Sandra que também participa do curso junto com a filha, estudante de nutrição.
Raimunda Barros, de 38 anos, passou anos dedicada a cuidar do filho doente e agora que ele concluiu o tratamento de saúde, pretende retornar ao mercado de trabalho e aproveita o curso para aprender uma atividade que acredita poder desenvolver em casa. “Eu já cozinho coisas básicas e, agora, posso ter uma qualificação a mais, acrescentar no meu currículo”, comemora.
Segundo a professora do curso, Janete Souza, de 34 anos, formada em Gastronomia com pós-graduação em Nutrição Clínica, a formação oferecida no curso oferece base para que os participantes possam aprender a cozinhar e também se desenvolver como microempreendedores. “Nossa certificação vale nacional e internacionalmente”, destaca Janete. “É uma inserção muito rápida, um retorno muito rápido”, afirma a professora, por conta do reconhecimento do Senac na formação profissionalizante.
Nos meses de agosto e setembro novos cursos e oficinas estão previstos dentro do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova. Entre eles estão o de Pedreiro Assentador, Instalador Hidráulico e Eletricista Predial. Também serão realizadas oficinas de fotografia e produção audiovisual para apresentar novas possibilidades de geração de trabalho e renda aos moradores da área da Bacia da Estrada Nova.
INCENTIVO – As ações são uma forma de promover, junto com as melhorias físicas de saneamento e urbanização, o desenvolvimento social das famílias e o fortalecimento comunitário, por meio do incentivo à atividade econômica dentro das comunidades. A definição das ações, cursos e oficinas tomaram como base o diagnóstico social realizado em um dos trechos das áreas de intervenção que demonstrou elevado índice de desemprego e informalidade entre os entrevistados, que também manifestaram interesse em melhorar a preparação profissional e sugeriram as áreas de formação que desejam cursar.
Evaldo Reis, assistente social responsável pelo Projeto de Trabalho Técnico Social do Programa, explica que os cursos foram pensados para suprir uma lacuna que se evidenciou no diagnóstico social. “Essas atividades foram pensadas para contribuir com a geração de trabalho e renda, principalmente as mais carentes, que moram na área do projeto”, completa Evaldo, que destaca a necessidade de complementação de renda das famílias.