Mais de 30 mil pessoas participaram da 11ª Parada do Movimento LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais), no distrito de Mosqueiro, na tarde de domingo, 29, no último final de semana do chamado “Verão Amazônico”, que lotou as praias da ilha.
Organizada pelo Movimento Homossexual de Mosqueiro, com apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Agência Distrital de Mosqueiro, a parada enfrentou, em boa parte de sua realização, uma forte chuva, mas isso não impediu que as pessoas se divertissem e se confraternizassem.
A chuva também não impediu que a principal atração da parada, o cantor Elói Iglesias, perdesse o bom humor. “Essa chuva não vai atrapalhar a nossa festa. Estamos aqui pela alegria e contra o preconceito”, disse o cantor.
Nilce Santana, moradora de Mosqueiro, mãe da pequena Roberta e à espera de Kauara, aguardava a passagem dos trios elétricos. O nome da segunda filha que ainda vai chegar é uma homenagem à madrinha da garota, que faz parte do Movimento LGBTI de Mosqueiro e estava em cima de um dos trios do evento.
“Eu acho muito importante que tenha esse tipo de parada. Moramos aqui em Mosqueiro e sempre estamos presentes nessa festa. Para mim, isso movimenta a ilha, traz gente de fora para cá e nós nos divertimos muito. É importante também, porque todo mundo está aqui junto, brancos, pretos, gays ou não, todos sem discriminação”, apontou Nilce.
A parada teve concentração na pracinha do Chapéu Virado, às 15h, e percorreu toda a extensão da rua do Aeroporto, local escolhido pela Agência Distrital de Mosqueiro, desde o Carnaval deste ano, para manifestações populares de grande porte.
Estrutura - A infraestrutura da Parada Gay de Mosqueiro foi garantida em toda programação. Agentes da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) ordenaram o trânsito às proximidades. Uma ambulância do SAMU e uma viatura do Corpo de Bombeiros acompanharam todo o trajeto da parada.
Agentes da Guarda Municipal de Belém (GMB) estavam localizados em três pontos da parada para garantir a ordem e que as pessoas não entrassem na festa com garrafas e copos de vidros, o que é proibido nesse tipo de manifestação. O trabalho da GMB teve apoio da Polícia Militar do Estado.
“Estamos aqui em uma escala especial com 50 guardas municipais, nove viaturas e oito motocicletas, para garantir que as pessoas se divirtam sem qualquer problema. Nosso cuidado especial é com vidros, porque eles são proibidos e estamos retirando todas as garrafas e copos que encontramos”, explicou o inspetor Roberto Carlos, que comandou os agentes da GMB.
Presença - A Parada do Movimento LGBTI recebe pessoas de vários lugares do Estado, como de Santa Isabel e Castanhal, e de Belém também, além dos moradores da ilha.
Elton Lemos é estudante de Tecnologia da Comunicação, na Universidade Federal do Pará (UFPA), e faz parte do Grupo Olívia, que dá apoio ao público LGBTI em Belém.
“Vim de Belém para participar da parada e também divulgar as ações de apoio que proporcionamos por meio do grupo Olívia. Junto aos meus colegas de grupo, nós damos apoio psicológico, jurídico e outros serviços a esse público, e ainda promovemos, de dois em dois anos, o casamento entre os que nos procuram. Estar aqui é uma alegria e uma forma de enfrentar o preconceito contra todos nós”, enfatizou o estudante.