As celebrações do Dia do Folclore Brasileiro, comemorado nesta quarta-feira, 22, são parte do calendário escolar da rede municipal de Belém. A Escola Municipal Rotary, no bairro da Condor, promoveu apresentações e contações de histórias para os alunos do ensino infantil e fundamental durante toda manhã.
As turmas de Jardim I e II apresentaram o boi bumbá, ao som de músicas do Arraial do Pavulagem. Os alunos do 3º ano apresentaram parlendas - versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças -, deram vida à lenda da chuva da tarde em Belém e interpretaram a música “Banzeiro”, da cantora paraense Dona Onete. As turmas do 5º e 6º ano apresentaram um dos mais famosos ritmos paraense, o carimbó.
As alunas do 3º ano da Escola Rotary Manuele dos Santos e Francine Cruz participaram da apresentação e contam que se divertiram. “Foi muito boa a apresentação. É muito bom aprender com os colegas”, disse Manuele. “Foi legal, eu gosto de participar. Não falto uma”, falou Francine, que gosta de estudar a cultura da região. “É muito legal o estudo do folclore”, completou a garota.
Na escola, os estudos do folclore brasileiro e paraense foram enfatizados desde o início do mês de agosto. A culminância das apresentações foi neste Dia do Folclore. Segundo a coordenadora da Rotary, Ana Caroline Ramos, “a escola trabalha durante todo o ano letivo a contação de histórias, as parlendas, relacionando à alfabetização das turmas e ao incentivo à leitura”. Na escola existe o Projeto de Leitura, com o qual os professores trabalham com os alunos as lendas e histórias relacionadas ao folclore.
Fãs das lendas amazônicas, as alunas Josiane Serrão e Juliene Rendeiro, do 5º ano, se preparavam ansiosas para assistir às apresentações das turmas do 5º e 6º anos. Kaylane tem a definição de folclore na ponta da língua. “É uma cultura popular que tem comidas típicas, danças, teatros”, explicou. Para a garota, a lenda da Iara é a mais interessante. “Ela fica nas águas, cuidando dos rios, e leva os homens para o fundo do mar”, contou. Juliene prefere a lenda do Boto: “Ele vive na água e quando chega a noite ele usa um chapéu para ninguém perceber que ele tem um furinho na cabeça. Ele fica com várias meninas e engravida as pessoas”.
Todo o trabalho da escola recebe orientação da Secretaria Municipal de Educação (Semec). Nos cursos mensais de formação continuada da Semec, os professores passam por capacitações e recebem textos escolhidos que geralmente envolvem a questão regional, com lendas e histórias. As crenças, lendas, costumes e danças relacionadas ao Pará e à Região Amazônica têm espaço cativo no dia a dia das escolas da rede municipal de ensino.
Folclore - O Dia do Folclore Brasileiro foi estabelecido com o objetivo de valorizar as manifestações folclóricas no país. A origem do termo folclore data de 1846 e é atribuída ao folclorista britânico Willian John Thoms. A união das palavras do inglês folk, que significa "povo", e lore, "conhecimento" foi o neologismo que deu originou o termo.