Os alunos do 4º ano da Escola Municipal Ernestina Rodrigues, no bairro de São Brás, assistem às aulas atentamente. A professora Elci Puga, que também dá aulas para o 5º ano, utiliza eventos do cotidiano para prender a atenção dos estudantes e facilitar o entendimento deles sobre matemática e língua portuguesa. A estratégia vem dando certo. A turma do 5º ano de 2017 ajudou a escola a conseguir a nota 6.6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avaliou as escolas no último ano.
Nos primeiros ciclos do ensino fundamental, que correspondem do 1º ao 5º ano, as escolas da rede municipal obtiveram a nota 5.1 no Ideb, destacando Belém entre as capitais que mais evoluíram na educação básica no ano de 2017. Em nome desse avanço, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) lança mão de estratégias para manter o aluno motivado, como a formação continuada dos professores, a inclusão e participação da família no processo educativo e o acompanhamento pedagógico dos alunos. “O bom desempenho da escola é visível no compromisso que os professores têm com a formação das crianças”, se orgulha a diretora da Ernestina Rodrigues, Ana Farias.
Uma vez por mês, os docentes podem ir até o Centro de Formação de Professores da Semec para receber apoio pedagógico e partilhar de momentos de estudo que se relacionam com a prática cotidiana da escola. Existe também a Formação em Serviço, que é um projeto que leva apoio e orientação a esses professores no próprio ambiente de trabalho, sem precisar sair da escola. “O treinamento ultrapassa a metodologia tradicional. É uma nova forma de trabalhar, uma nova postura, Novas dinâmicas”, destaca a professora Elci.
O trabalho com foco no desenvolvimento pedagógico dos alunos é iniciado logo no primeiro ano do ensino fundamental e se intensifica nas duas últimas séries. “Um ano antes deles fazerem a Prova Brasil (um dos critérios para a obtenção da nota no Ideb), os alunos do 4º ano realizam simulados de língua portuguesa e matemática com questões apresentadas para nós, professores, na formação da Semec e cartão de resposta para eles se adaptarem a esse tipo de prova”, a professora explica.
Nycolle Nogueira, aluna do 4º ano, vai realizar a Prova Brasil em 2019 e se mostra tranquila em relação ao conteúdo estudado. “As aulas são boas, eu aprendo muito e a professora tem bastante coisa pra ensinar”, conta. As aulas de informática e as visitas à biblioteca da escola encantam e incentivam Nycolle. “Eu gosto de ler, sempre levo um livro grosso para casa. E sempre quero levar mais”, brinca a garota de 9 anos.
Na Escola Ernestina Rodrigues, os 300 alunos distribuídos em 12 turmas do Jardim ao 5º ano têm acesso a um acervo de 7.000 obras na biblioteca e a aulas de informática educativa.
O projeto de incentivo à leitura permite que os alunos levem os livros escolhidos para serem lidos em casa, com o apoio da família. Esses projetos extracurriculares contribuem no processo de ensino e aprendizagem, fortalecendo o trabalho e mantendo o aluno dentro da escola. A Semec promove projetos de educação ambiental, educação musical, aulas extraclasse, horta escolar e reforço escolar, fatores importantes para o bom desempenho de muitos alunos.
O reforço foi pensado para fazer parte do calendário escolar no segundo semestre, mas algumas escolas oferecem as aulas de apoio durante todo o período letivo. As aulas são sempre no contraturno, direcionadas para os alunos que apresentem algum tipo de dificuldade nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Isso tudo é baseado no plano pedagógico de apoio, em que os professores fazem o
monitoramento dos resultados de cada aluno, observando se os objetivos escolares das crianças estão sendo cumpridos. Para cada cinco turmas existe um coordenador pedagógico que faz essa avaliação de onde é necessário ter mais atenção com o aluno.
A secretária municipal de educação, Socorro Aquino, destaca os investimentos na base da educação como pilares desse desenvolvimento. “Começando pela merenda escolar, os Centros de Formação, todo o transporte escolar, com ônibus, bicicletas e embarcações, as reformas e inaugurações de escolas, a disponibilização de tablets para ajudar os professores, todo esse trabalho veio contribuir. Currículo é um aluno bem alimentado, um aluno que está em boas condições de assistir uma aula”, avalia a secretária.
Para os ciclos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, o objetivo é o mesmo, buscar sempre o melhor desempenho dos alunos, envolvendo a educação dentro e fora da sala de aula. “A meta do Ideb para os próximos anos é uma meta ousada. O aluno do 9º ano tem um diferencial de necessidades e comportamentos e o trabalho pedagógico que está sendo feito é focado nisso. Tendo isso em mente, nós só temos a avançar”, afirma Socorro.
 
                     
                                        
                                     
                                        
                                     
                                        
                                     
                                        
                                     
                                                     
                                                     
                                                    