O tradicional desfile em celebração à Independência do Brasil reuniu centenas de pessoas na manhã desta sexta-feira, 7, na avenida Presidente Vargas. Neste ano, foram comemorados os 196 anos da data histórica com um toque progressista: pela primeira vez uma mulher esteve no comando do desfile, a capitã de mar e guerra da Marinha Brasileira Ana Beatriz de Alcântara. A Prefeitura de Belém marcou presença com a Guarda Municipal de Belém (GMB) e no apoio e ordenamento das ruas adjacentes, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan).
O sentimento de patriotismo e o encantamento pelo desfile cívico-militar estavam presentes nos espectadores de todas as idades. Os gêmeos Mateus e Daniel Lima, de 4 anos, acompanhavam com os olhos atentos a todas as apresentações. O pai, Eladyr Neto, que é militar, levou toda a família para assistir à festa da Independência brasileira. “É um evento especial, porque passa para eles a educação à pátria, respeito e valores importantes. Todo ano eu e minha esposa os trazemos. Eles adoram ver, desde bebezinhos”, conta.
Aldair Soares tem 73 anos e neste ano foi ao desfile prestigiar os netos que vão desfilar pelos escoteiros. “Mas eu sempre venho, há muito tempo. É linda a homenagem à nossa pátria e a participação dos jovens nesse momento”, ela diz, na primeira fila da calçada, de onde não sai até o final do desfile.
Quase todas as 22 instituições, com 1,4 mil pessoas envolvidas, apresentaram destaque para o quadro feminino. A banda do Instituto Federal do Pará (IFPA), que abriu o desfile, tinha regência de uma mulher. Nos altos cargos hierárquicos da Guarda Municipal de Belém é uma mulher quem figura no cargo de subinspetor geral, a guarda Maria do Socorro. “Foi uma abertura para que a mulher possa mostrar seu potencial de relacionamento, de operacionalidade. Isso mostra que a mulher é capaz”, comemora. “É muita emoção. Esse é o terceiro ano que venho para assistir, nos outros anos eu vinha na tropa. Desfilar é uma realização”, completa a subinspetora.
Para o inspetor geral da GMB, Almir Ferreira, o desfile “é a oportunidade que o povo tem de demonstrar o seu civismo e seu patriotismo, demostrar o sentimento de que o povo acredita no seu país, que ele pode ser mais favorável e com dias melhores para o desenvolvimento”.
No desfile, a Guarda se apresentou com um aparato renovado de viaturas, 330 integrantes divididos em 14 grupamentos, incluindo um grupamento feminino, e 61 jovens atendidos pelo projeto “Anjos da Guarda”, que atende 200 crianças e adolescentes de 7 a 16 anos no bairro do Tapanã.
A Guarda Municipal de Belém desfilou logo após a tropa do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), abrindo a apresentação com a banda de música, seguida do Grupamento Feminino, dos jovens do projeto “Anjos da Guarda” e dos Grupamentos Operacional Masculino, de Ações Táticas (GAT), de Ações Táticas com Cães (Atac), Ronda da Capital (Rondac) e mais 20 motocicletas, dez viaturas e um ônibus usados nas operações da Guarda, que possui, ao todo, um efetivo de 1.170 agentes.
A Semob trabalhou no ordenamento do trânsito, proibindo o estacionamento nas vias utilizadas para a concentração, desfile e dispersão das tropas, além de desviar o fluxo de veículos nas vias adjacentes à Presidente Vargas. A Sesan atuou na limpeza das vias após o desfile.
Ao meio-dia, a capitã de mar e guerra Ana Beatriz de Alcântara encerrou o desfile, marcando seu pioneirismo no comando do desfile cívico-militar em Belém. “Isso é uma coisa que começou agora, mas que abre uma oportunidade para outras mulheres a partir de agora. Houve muita dedicação e apoio nos treinamentos para que a gente pudesse fazer esse desfile com excelência, do jeito que ele foi”, disse Ana Beatriz. “Eu tenho muito orgulho, estou muito honrada. Belém do Pará marcou a minha carreira”, completou a marinheira, natural do estado do Rio de Janeiro.
Neste ano, a novidade foi a exposição de materiais militares na Praça da República, próximo ao local onde foi realizado o desfile, e o Navio Auxiliar Pará ficou disponível para visitação pública no Cais da Escadinha, próximo à Estação das Docas. O navio possui diversas possibilidades de emprego, podendo ser utilizado como navio de Comando e Controle, atuando no transporte de tropa e materiais e prestando atendimento médico e social às comunidades ribeirinhas.
