O Museu de Arte de Belém (MABE), que fica no Palácio Antônio Lemos, recebeu nesta semana a 12º Primavera dos Museus, um evento nacional que busca mudar o olhar da sociedade sobre os museus e aproximar da realidade da comunidade. No MABE, as ações começaram na última terça-feira e foram encerradas nesta sexta-feira, 21, com uma oficina direcionada a discutir a educação nos museus.
O evento faz parte da agenda proposta pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), extinto recentemente. Os museus de todo o país se propõem a realizar ações dentro da temática escolhida pelo Ibram, que neste ano foi “Celebrando a educação em museus”. A ideia central é usar os objetos dos museus como geradores de conhecimentos, de diálogos com a sociedade, com a história e memória individuais e coletivas dentro da cidade.
Durante as ações da semana da 12ª Primavera dos Museus foram atendidas mulheres que recebem o apoio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “Nós fizemos uma programação especial para elas, também com as crianças que moram na passagem do Carmo. Fizemos o atendimento de escolas mais distantes, da periferia. A semana foi dedicada a potencializar esse diálogo com a sociedade através da educação, que é uma coisa que os museus fazem cotidianamente. Eles precisam conhecer que esse museu conta a história da cidade”, disse Janice Lima, diretora do MABE.
Foram discutidas teorias e mostrado como elas se dão na prática, como o museu desenvolve o trabalho de educação com a sociedade a partir do objeto musealizado. A oficina “Vivências de Educação Patrimonial no Museu”, que encerrou o evento, propôs essa discussão para professores e educadores das diversas vertentes sociais. “A educação em museu tem essa função de aproximar cada vez mais o museu da sociedade. É pegar esse patrimônio e colocar em discussão com a sociedade. Se ele não fizer isso, ele é um museu morto”, avalia Janice.
“A proposta é dentro da educação patrimonial, usando o objeto dentro do museu para se discutir memórias individuais e coletivas, para dialogar com as pessoas nas diferentes camadas da sociedade”, esclarece Simone Moura, uma das instrutoras. Sobre o evento, Simone conta que a ideia é “utilizar essa experiência para que a gente possa contribuir para mudar a imagem de que museu é lugar de coisas velhas, de ver as coisas e refletir sobre essas coisas”.
Entre os espectadores da oficina estava o artista visual Tadeu Lobato. Ele conta que a oficina “tem sido interessante, de modo que serve para dar uma ideia para as pessoas, de uma maneira bem simples, do que é um museu, de como se constrói um museu, desde o ponto de partida de um objeto até a história desse objeto”. Tadeu tem experiência com obras musealizadas, foi curador, trabalhou com equipes de pesquisa e foi diretor de espaços de exposição.
A estudante de artes visuais, Vitória Silva, chegou até a oficina através das aulas com a professora Simone Moura. “Tem sido nota dez, uma experiência incrível”, ela avalia o evento. Para Vitória, oficinas como essa ajudam na sua formação. “É a primeira vez que eu venho aqui participar disso. A oficina vai ajudar a mim mesma a trabalhar como pessoa, até mesmo no futuro para ministrar outras palestras”, ela conta.
Serviço: O MABE fica no Palácio Antônio Lemos e funciona de terça a domingo, das 10h às 18h nos dias úteis e das 9h às 13h nos finais de semana.