Pesquisar

Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio

Foto: Fernando Sette/Arquivo/Agência Belém
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio
Centenas de pessoas festejam a diversidade no Auto do Círio

A festa que ocorre sempre dois dias antes da grande procissão levou os brincantes da praça do Carmo até o largo dos Palácios na noite dessa sexta-feira, 12.

“Salve o samba, salve a Santa, salve ela”. Foi ao som do samba-exaltação da Portela de 1981 que começou o cortejo do Auto do Círio de 2018, sob o tema “Maria - Diversidade do Amor”. A festa pagã em meio às comemorações religiosas do Círio de Nossa Senhora Nazaré, que ocorre sempre dois dias antes da grande procissão, levou os brincantes da praça do Carmo até o largo dos Palácios na noite dessa sexta-feira, 12. A Prefeitura de Belém garantiu o ordenamento do trânsito por agentes da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).

O evento é uma realização da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) e levou às ruas do bairro da Cidade Velha uma reflexão sobre as diversidades religiosa, cultural e artística, e sobre as matrizes negras, católicas e indígenas do amor. O momento era de celebrar Nossa Senhora de Nazaré pelas diferentes religiões. Na concentração, antes da saída do cortejo, foi celebrado um ato ecumênico com líderes religiosos diversos, dirigido às mais variadas crenças.

Pelas ruas estreitas da Cidade Velha, os artistas passaram encantando o público. “Eu não perco um. Acho fantástico, é um engrandecimento da cultura paraense, é a mostra do que temos de melhor, é o profano de Nazaré”, disse a profissional de arte Ângela Rodrigues, que acompanha o Auto do Círio desde a primeira edição. O encanto não era só de quem assistia. “Estou amando. É a minha primeira vez no Auto do Círio e é a melhor experiência que estou tendo na minha vida”, celebrou Marcos Lopes, que representou Oxu Maré, uma das cobras que sustentam a imagem religiosa.

A Matinta Perera, representada pela atriz Maria Borja, foi uma das lendas amazônicas a figurar o cortejo. Para Maria, “o sentimento não tem explicação. Esse ano vai fazer 19 anos que eu saio no Auto do Círio. É um reencontro, a gente revê os amigos e renova a nossa fé em Nossa Senhora de Nazaré”.

Foram três semanas de ensaios para que tudo saísse nos conformes. “É um momento esperado o ano todo, da gente congregar a nossa arte, a nossa religiosidade, tudo junto, sem distinção e se conectar com o que há de mais sagrado no nosso interior”, avaliou Ana Flávia Mendes, a porta-bandeira do pavilhão do cortejo, que participa do Auto do Círio há 15 anos. Nessa edição, o casal de mestre-sala e porta-bandeira representou a cultura dos ciganos.

A bateria da escola de samba Quem São Eles deu o tom do cortejo, que chegou animado até a primeira parada, em frente à Catedral da Sé. Por lá, as donas da festa, Nossa Senhora de Nazaré e Nossa Senhora Aparecida, bateram um papo sobre a devoção dos fiéis paraenses. Foi entoando os versos "eu vou pagar a promessa que fiz caminhando a pé", de Ary Lobo, que o cortejo seguiu até a sua apoteose, no largo dos Palácios.

Para Raphael Melo, assistente da direção do Auto do Círio, o evento “é extremamente importante, ainda mais no momento atual em que a gente vive no nosso país, de tanta intolerância”. Trabalhando pela primeira vez no evento que acompanha há quatro anos, Raphael acredita que “o Auto do Círio é, não só uma forma de resistência, mas uma forma das pessoas poderem mostrar quem elas são, sem terem medo”.

Os gritos de protesto político eram constantemente ouvidos. Os brincantes pediam por mais amor e respeito à diversidade, temas tão presentes na apresentação. “Eu acho maravilhoso fazer parte disso, desse momento coletivo em que todos somos filhos de uma única mãe. O tema desse ano é trazer a diversidade, cruzando com essa situação do respeito e do religioso. Eu defendo toda forma de existência, de amor, de possibilidade, de felicidade”, disse uma paraense que há 27 anos mora longe de Belém e que pediu para não ser identificada. Ela disse que não deixa de visitar a cidade no período do Círio.

Organização - O ordenamento do trânsito ficou por conta da Semob, que liberou as vias por onde o cortejo passou, bloqueando e sinalizando as ruas e indicando rotas alternativas para os motoristas. As equipes ficaram espalhadas nas vias adjacentes, realizando o trabalho preventivo.

Nenhuma tag relacionada.

Relacionadas: