A segunda edição do Trilhas do Conhecimento, da Cultura e da Arte, da Secretaria Municipal de Educação (Semec), conta com apresentações de projetos das escolas, experimentações artísticas com os alunos e a troca de experiências exitosas, além da culminância dos trabalhos produzidos durante o ano. O evento começou na quarta-feira, 05, e prossegue até sexta-feira, 07, na Universidade da Amazônia (Unama), campus Alcindo Cacela.
Os trabalhos estão sendo apresentados dentro do tema selecionado para este ano, que é “Aliança pela Paz: Educação, Cidadania e Amor”. “O nome ‘Trilhas’ retrata que a construção do conhecimento é um caminho a ser percorrido e todos os anos nós avançamos para conhecimentos mais elaborados”, explica a diretora de educação da Semec, Dorvalina Bastos.
Realizado anualmente, o evento marca o final do ano letivo e indica o início da programação do próximo ano. “Esse evento é a socialização de todas as boas práticas que foram realizadas nas escolas durante o ano todo. Buscamos mostrar para a sociedade o que foi feito dentro do ambiente escolar. Eu fico muito emocionada. É sinal que a nossa meta de educação está sendo cumprida”, completa a diretora de educação.
Dentro das variadas ações esteve o seminário “Práticas de Alfabetização”, com a mesa redonda “Diálogos sobre a alfabetização”, onde professores puderam expor vivências positivas dentro da sala de aula no ensino da língua portuguesa. A professora Cilene Farias, da Escola Municipal Professor José Alves Cunha, no bairro do Tapanã, apresentou seu trabalho que concentra o trabalho na leitura no primeiro semestre e na escrita no segundo. "Quero formar crianças leitoras e escritoras”, adianta a professora.
"Eu trabalho com alfabetização desde 2005 e quando eu entrei na rede municipal achei muito interessante o trabalho, porque é muito organizado, a gente vai se formando, se construindo. E eles, da Semec, vão dando essa diretriz", avalia Cilene, que trabalha na rede municipal há seis anos.
Trabalhando na Ilha Grande, na Unidade Pedagógica Nazaré, o professor Raimundo Ferreira apresentou o projeto Histórias Cantadas, que canta, dança e conta a história da cultura ribeirinha de maneira descontraída através do grupo folclórico Pirão de Açaí. "Esse grupo faz acontecer o projeto de forma visível, para que as pessoas possam enxergar e sentir o projeto de leitura, escrita e atividades culturais", explica.
Reconhecido nacionalmente pelo prêmio Professores do Brasil, o projeto conta com alunos da educação infantil até o segundo ano do ensino fundamental, orientados por Raimundo, onde cantam, tocam instrumentos e dançam letras que representam as ações praticadas no dia-a-dia da Amazônia. "O grande objetivo do projeto é divulgar a cultura ribeirinha, mostrando a relação do homem com a natureza, que gera renda e alimento para as pessoas que habitam aquela região”, disse o professor.
Cultura - As escolas puderam levar suas experimentações artísticas para serem apresentadas para os visitantes do evento. Foram representações teatrais, musicais e regionais, com grupos mirins de carimbó. Da escola municipal Elvira Sacramento de Quadros, o pequeno Emerson dos Santos, de seis anos, participou da apresentação "Construção de um mundo melhor" e conta que se divertiu. "Eu estou achando muito bacana. A gente pode dançar, comer e brincar. Eu vim com meus amigos e a gente está aproveitando", disse o aluno do Jardim II. Emerson e os colegas apresentaram uma coreografia sobre a importância da diversidade para um mundo melhor.
Entre as apresentações, uma rádio instalada no salão do bloco central da instituição agitava quem passou pelo local. Com a programação feita pelos alunos das escolas Edson Luis, no Guamá, e Manuela Freitas, em São Brás, orientados pelos professores do Núcleo de Informática Educativa (Nied), a rádio apresentou programas, música e entrevistas conduzidas pelos próprios estudantes. Kevilly Lohana Costa, de dez anos, esteve no comando da programação e achou o evento “muito legal para divulgar a nossa rádio”. “Primeiro a gente fez um curso mostrando todos os equipamentos e a nossa primeira apresentação foi aqui. A gente aprendeu a se expressar melhor, a ter um tom de fala, várias coisas”, se orgulha a aluna do 5º ano da EM Edson Luis.
O Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube) também apresentou um de seus projetos mais conhecidos, o Baú das Histórias, expondo no salão de entrada um dos tradicionais baús que levam bibliotecas itinerantes para as escolas. O espaço de leitura, com tapete e cadeiras, chamou a atenção de quem chegava.
Haverá, ainda, o lançamento do livro escrito pelos alunos da escola Maria Madalena Corrêa Raad, em Icoaraci, “Morrendo de medo em Icoaraci”, que narra lendas e mitos presentes nas narrativas literárias de Icoaraci. Os alunos da escola Avertano Rocha, também de Icoaraci, vão lançar livros de autoria própria, “Um poema puxa o outro” e “Biblioteca no quarto”.
Sustentabilidade - Trabalhos de impacto na comunidade também foram expostos. Um deles é o projeto de horta da escola municipal Maria Clemildes, em Mosqueiro. O projeto uniu o trabalho de leitura e escrita à sustentabilidade. “Quando a gente não tinha esse projeto na escola, eles jogavam fora e hoje isso não acontece mais. Para esse trabalho, nós utilizamos poemas, receitas, trabalhamos a alfabetização com a formação de palavras. Tudo relacionado ao projeto horta”, explica a professora Rita de Cássia Cardoso. O projeto é realizado em parceria com a Fundação Municipal de Assistência do Estudante (FMAE).
Serviço: O Trilhas do Conhecimento, Cultura e Arte segue até a sexta-feira, 7, com programação gratuita a partir das 8h, na Unama campus Alcindo Cacela. Alunos, professores e a comunidade podem visitar e acompanhar os trabalhos.