Familiares, parentes e amigos do ex-prefeito de Belém, Fernando Coutinho Jorge, participaram no final da tarde desta segunda-feira, 18, do velório do corpo do político e economista paraense, que faleceu no domingo, 17, em Brasília (DF), vítima do Mal de Alzheimer. Ele tinha 79 anos e deixou viúva Rosemary Felipe Jorge e quatro filhos.
O corpo foi trasladado de Brasília e chegou em Belém por volta da 14h30 desta segunda. O velório está sendo realizado em uma das capelas mortuárias do cemitério Recanto da Saúde, no bairro do Umarizal. O sepultamento será na terça-feira, 19, às 15 horas, no cemitério homônimo, localizado na rodovia BR 316.
Em pesar pela morte de Coutinho Jorge, a Prefeitura de Belém decretou três de dias de luto oficial na capital.
Para Rodolfo Felipe Jorge, o terceiro dos quatro filhos do Coutinho Jorge, mais que a saudade de pai, fica o exemplo do grande homem que ele foi. “Vamos sentir a falta do orientador e amigo, mas o que fica também são o legado e referência dele na vida pública, que ficarão na história. Mesmo tendo ficado pouco tempo no cargo de prefeito, acredito que meu pai deixou uma marca e um legado para o município de Belém”, disse Rodolfo.
Trajetória - Fernando Coutinho Jorge foi o primeiro prefeito de Belém eleito democraticamente após o golpe de 1964, com mandato entre os anos de 1986 e 1988, em uma fase de transição na política paraense. Também foi deputado federal, senador, conselheiro presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PA) e o primeiro ministro do Meio Ambiente do Brasil, no governo de Itamar Franco.
No mandato como prefeito, deu início ao projeto da Guarda Municipal de Belém e criou o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Implantou a Coordenadoria de Arquitetura e Urbanismo, responsável por estudos que promoveram a reforma do Código de Edificações (Lei nº 7.400/1988).
Criou o Museu da Cidade de Belém, que reuniu numa só instituição a Pinacoteca Municipal e toda a memória histórico-cultural do município. Constituiu a Companhia de Turismo de Belém (Belemtur) e conseguiu o tombamento do Centro Histórico de Belém.
Criou o Fundo Municipal de Apoio aos Audiovisuais, que envolvia Embrafilme, Secretaria de Educação (Semec), Associação Brasileira de Documentaristas - Seção Pará, Associação Paraense de Críticos Cinematográficos (APCC) e o curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Além de político, foi professor da Faculdade de Economia da UFPA e integrou o grupo de profissionais do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), coordenando vários cursos de pós-graduação. Também foi secretário de Estado nos governos de Aloysio Chaves, Alacid Nunes e Jader Barbalho.
O ex-deputado Gerson Peres foi dos primeiros a chegar ao velório de Coutinho Jorge. Ele falou da grande admiração que tinha pelo amigo. “A referência dele será sempre o grande conhecimento na área econômica, tanto que chegou à presidência do Tribunal de Contas do Estado. Fomos amigos e a impressão sempre foi de um homem honrado, de grande responsabilidade, com uma inteligência ampla e diversificada. Foi um homem público exemplar”, destacou.
Segurança - O cortejo do corpo, entre o aeroporto de Val de Cães e a capela mortuária, foi acompanhado por agentes em duas viaturas e batedores em motocicletas da Guarda Municipal de Belém (GMB). O trânsito foi ordenado por agentes da Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB), que permaneceram às proximidades da capela para dar segurança a todos os presentes.
O caixão com o corpo de Coutinho Jorge foi coberto com as bandeiras do Pará, do Município de Belém e do colégio Paes de Carvalho, onde ele estudou.