Cuidar da saúde também é coisa de homem, mas a realidade ainda mostra a resistência deles com esse cuidado. O resultado é que a cada três adultos que morrem, dois são homens. Para disseminar cada vez mais a necessidade do cuidado, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e da Referência Técnica da Saúde do Homem, realizou nesta terça-feira, 16, o Seminário Saúde do Homem.
As palestras sobre os temas saúde do homem e do trabalhador, além de atividades de ginástica laboral, foram voltadas para os servidores da Sesma que atuam nas unidades de saúde e são a porta de entrada para os cuidados do homem. “Cerca de 70% dos homens só procuram uma unidade de saúde quando estão com algum problema em estágio grave, e, trazidos pela mulher. É preciso desconstruir o preconceito e trazemos, cada vez mais, esse homem para as unidades de saúde”, alertou a coordenadora do Cerest, Jacirene Morais.
Causas - Dentre os homens, as maiores causas de internações estão ferimentos e tratamentos. As doenças prevalentes nessa parcela da população são diabetes, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares e câncer. E dentre os fatores de risco estão tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade.
A assistente social da Unidade Municipal de Saúde do Tapanã, Mariana Costa Coelho, foi uma das palestrantes mostrando iniciativas que estão alinhadas com a Política Nacional de Atuação Integral a Saúde do Homem (PNAISH) e buscam levar o homem para a unidade de saúde.
Uma delas é o pré-natal para os companheiros das gestantes. “Temos que treinar nosso olhar para identificar as necessidades desse homem e o estimular a cuidar da saúde. Com esse projeto no Tapanã, conseguimos trazer 200 parceiros para participar do pré-natal, mas aproveitamos também para cuidar de outros aspectos da saúde deles”, afirmou Jacirene.
Para o assistente administrativo na Unidade Municipal de Saúde do Guamá, Ocemar Nazareno da Silva, de 40 anos, o evento foi uma oportunidade de aprender a como auxiliar esses homens a ter na rede municipal uma aliada para cuidar da saúde. “Nós que trabalhamos com esse público, precisamos orientar sobre os serviços disponíveis e encorajá-los a se cuidar. Estamos perdendo tantos homens para o câncer de próstata, então precisamos desmistificar o cuidado masculino”, avaliou Ocemar.
Trabalhador - Dentro desse contexto, a saúde do homem trabalhador também mereceu atenção no seminário. Segundo a coordenadora do Cerest, por essa resistência em cuidar da saúde, muito trabalhadores que sofrem acidentes de trabalho, não comunicam o ocorrido e acabam contribuindo para subnotificações.
“Entendo que é essencial que, além dos aspectos educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saúde sejam organizados de modo a acolher e fazer com que o homem sinta-se parte integrante deles. Atualmente, a humanização nos setores voltados para a saúde pública tem contribuído de forma efetiva para que mais homens procurem as unidades de saúde”, apontou Jacirene Morais.
O técnico do Cerest, Lucival Cardoso, mostrou como o trabalhador pode acionar os serviços do órgão, que atua para disseminar a Política de Saúde do Trabalhador na rede de saúde com ações de prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação dos trabalhadores. “Qualquer trabalhador e até o desempregado pode nos procurar nossas equipes multidisciplinares que estão preparadas para acolher e dar orientações trabalhistas, emissão de documentos, encaminhamentos para consultas e exames especializados”, explicou o técnico.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na travessa Lomas Valentinas, 2892, Marco. Informações: 3276 7794
