Nivelar o conhecimento no atendimento aos refugiados, compreender o fluxo de entrada e saída em Belém e conhecer um pouco mais da cultura Warao. Com esse objetivo, a Prefeitura de Belém promoveu o I Encontro de Nivelamento sobre Fluxo Migratório, na manhã desta terça-feira, 25, no auditório David Mufarrej, na Universidade da Amazônia (Unama).
O nivelamento, em alusão ao dia do Refugiado e do Imigrante, foi voltado para os servidores da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), e Secretarias de Saúde (Sesma) e Educação (Semec), órgãos que trabalham diretamente com os refugiados residentes na capital. A programação contou com a parceria da Universidade da Amazônia (Unama), Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
A abertura do encontro foi realizada pelos titulares das instituições que organizaram o nivelamento. A Secretária de Educação em exercício, Elisa Bessa, destacou o trabalho da Semec com as crianças da etnia Warao. "Criamos uma nomenclatura para o que nós chamamos de pedagogia da emergência. O atendimento vai até eles fazendo atendimento educacional. Essa pedagogia envolve 70 alunos e durante as aulas são trabalhadas maneiras de familiarizar essa comunidade com a nossa cultura", explicou.
Aproximadamente 200 servidores participaram do evento. A titular da Funpapa, Adriana Azevedo, elogiou a participação de todos e o trabalho diário com os indígenas da etnia Warao. “Ver os nossos desafios diários sendo superados é graças ao empenho e dedicação de todos os nossos servidores. Tudo é feito com muito amor”, disse.
Com um importante papel no auxilio aos órgãos municipais sobre a questão dos refugiados, a coordenadora do Unicef na Amazônia, Anyoli Sanabria, frisou a importância do Fundo das Nações Unidas e Prefeitura de Belém se esforçarem em prol da qualidade de vida dos Warao. "É muito bom que a Prefeitura de Belém promova um encontro como esse, que une pessoas de vários setores que lidam com essa questão humanitária”, destacou.
Participação – Gestores e funcionários das unidades de saúde e das referências técnicas, coordenadores dos Centros de Referencia e Assistência Social (Cras) e diretores das unidades municipais participaram do encontro.
Para a gerente da Unidade Municipal de Saúde da Vila da Barca, Cláudia Daibes, o evento é uma oportunidade de discutir as políticas setoriais que se complementam para receber os imigrantes no município. “Nós, da atenção básica, estamos exercendo um papel de retaguarda na assistência à saúde desses venezuelanos, que são encaminhados, em grande parte, pelo Consultório na Rua. Chegando aqui, eles têm acesso a todos os serviços da unidade, assim como nas demais, com consultas e sala de vacinação”, ressaltou a gerente.
A UMS da Vila da Barca também tem destaque no acolhimento de mulheres indígenas Warao gestantes. São cerca de 70 venezuelanas em atendimento no pré-natal oferecido pela unidade. “Estamos de portas abertas para recebê-las da melhor forma possível por entender nosso papel para contribuir nesse processo de imigração dessas pessoas”, avaliou Cláudia.
O secretário municipal de Saúde, Sérgio Amorim, destacou, na mesa de abertura do evento, que todos os órgãos e instituições precisam estar alinhados para atender as necessidades da população Warao. "Essas pessoas deixaram seu país para buscar melhores condições de vida aqui e todos nós temos que estar envolvidos para dar esse suporte à elas. A Sesma vem oferecendo toda a assistência em saúde, desde a chegada deles, com o trabalho do Consultório na Rua, que vai onde eles estão, até o acompanhamento nutricional, higiene bucal e a atenção básica, com consultas e vacinas”, detalhou o titular da Sesma.
Programação – O nivelamento contou com discussões, por meio de mesas redondas, sobre o fluxo migratório em Belém, crianças e adolescentes em situação de migração e as ações da política de educação, saúde e assistência social.
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*Texto com colaboração de Jaqueline Ferreira.
