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Ações proporcionadas à etnia Warao são apresentadas pela Prefeitura de Belém

Foto: Oswaldo Forte
Ações proporcionadas à etnia Warao são apresentadas pela Prefeitura de Belém
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Ações proporcionadas à etnia Warao são apresentadas pela Prefeitura de Belém

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) conheceu uma série de ações direcionadas aos índios venezuelanos da etnia Warao, desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Belém

No final da manhã desta sexta-feira, 6, durante uma reunião, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) conheceu uma série de ações direcionadas aos índios venezuelanos da etnia Warao, desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Belém.

Ao mesmo tempo, a Prefeitura apresentou, aos representantes do MPPA, um balanço das ações desenvolvidas, desde 2017, voltadas aos refugiados da Venezuela. A criação de um grupo de trabalho foi definida ao final da reunião, que também contou com a presença de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU).

No auditório da sede do poder executivo municipal, o prefeito Zenaldo Coutinho recebeu Manoel Santino, procurador-geral de Justiça, em exercício, juntamente com uma equipe de procuradores do MPPA. O prefeito fez um breve histórico das ações destinadas aos cerca de 600 venezuelanos cadastrados pela prefeitura, sendo 577 da etnia Warao.

Anyoli Sanabria, coordenadora do Território Amazônia e chefe do escritório da Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Belém; Janaína Galvão, representante em Belém do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur/ONU), também participaram da reunião.

Warao em Belém - O prefeito Zenaldo Coutinho se mostrou sensível às condições de vulnerabilidade das famílias Warao, como também aos venezuelanos de uma forma geral.

De acordo com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), a comunidade Warao ocupa 11 áreas localizadas em diversos bairros da capital paraense, dentre os quais, Campina, Tapanã, Marco e Mangueirão.

A Funpapa demonstrou também que os abrigos para os migrantes em Belém, de responsabilidade da Prefeitura, estão situados nas avenidas Perimetral e João Paulo II. Ainda que não estejam cadastrados, venezuelanos recebem o atendimento socioassistencial no Núcleo de Atendimento ao Migrante e Refugiado, vinculado à Funpapa, local onde são identificadas as vulnerabilidades e realizados os encaminhamentos do que chegam.

Ações - O prefeito falou sobre as ações da Prefeitura de Belém. “Estamos atuando dentro e fora dos abrigos. Temos dois abrigos e atuamos também no caso daqueles que estão em outros espaços, como casas. Realizamos não só o acompanhamento, mas garantimos a alimentação e ações de inclusão em programas que reforcem o direito dos indígenas”, destacou o prefeito.

“Na área de educação, mantemos as escolas de transição nos abrigos do município e do estado, fazendo a formação das crianças e atividades pedagógicas, incluindo as famílias. Mas estamos sendo surpreendidos com o novo e intenso fluxo de migrantes chegando em nossa cidade, e, por isso, nos reunimos com o Ministério Público”, detalhou Zenaldo Coutinho.

À Fundação, o prefeito determinou que seja efetuado o aluguel de um prédio para ser transformado em um grande abrigo. O espaço deverá comportar a convivência de cerca de 600 migrantes. A Prefeitura de Belém pretende disciplinar o dia a dia dos abrigos de responsabilidade do município. A intenção é organizar a rotina e preservar a integridade de todos, sobretudo das crianças.

Ministério Público - O procurador Manoel Santino recebeu relatórios dos técnicos com informações sobre o trabalho realizado pela Prefeitura. Ele informou que enviará ofício ao Ministério Público Federal (MPF) dando ciência das informações e da realização da reunião.

“O Ministério Público quer saber no que pode ajudar no caso dos venezuelanos. Foi uma reunião proveitosa e saímos daqui satisfeitos com o que a Semec vem fazendo, a própria área de saúde, e vamos juntar esforços para cuidar dessas pessoas que merecem ser asseguradas de seus direitos”, avaliou Santino.

O procurador chamou a atenção sobre o caso de uma criança Warao, acampada com a família na praça Felipe Patroni, , localizada em frente à sede do MPPA, no bairro da Cidade Velha, que quase foi atropelada por um ônibus, enquanto jogava bola.

Sesma e Semec - O titular da Sesma, Sérgio de Amorim, apresentou um relatório técnico com o número de atendimentos realizados, desde setembro de 2017, mês de chegada dos índios Warao à capital. “Foram mais de seis mil atendimentos feitos aos indígenas, até o momento, por meio do ‘Consultório na Rua’, programa desenvolvido pela Sesma”, disse Amorim.

O programa Consultório de Rua conta com uma equipe multiprofissional que atua com um veículo equipado com recursos médicos. Se em 2017 o quadro dos indígenas era de fome e desidratação por conta dos grandes deslocamentos, atualmente, a situação é de enfermidades com risco de morte e, por isso, muitos são monitorados 24 horas ao dia e recebem medicamentos de longo tratamento.

Em novembro deste ano, crianças da educação infantil e do ensino fundamental menor - do 1º ao 5º ano - serão submetidas ao exame de avaliação no processo da escola de transição, com a mudança para o ensino regular. Essa foi uma das informações contidas no relatório da Semec apresentado pela secretária Socorro Aquino.

“Estamos atendendo a 102 crianças nos abrigos disponibilizados de Belém. Cuidamos dos menores, mas as famílias participam de oficinas oferecidas pela Sesma e por outras secretarias”, assegurou Aquino. Para melhor qualificar a atenção à etnia, a Secretaria criou a Coordenação de Educação Indígena.

Social - A Funpapa tem atuado para reforçar a política social do município e com isso constituir uma rede de articulação com as esferas federal, governo estadual, agências internacionais como a ONU e órgãos como o MPPA, no intuito de atender, de forma estruturada, às famílias indígenas e venezuelanos em geral. "Em 2017, apenas 15 Warao habitavam Belém, dois anos depois, o número saltou para 350", relatou Adriana Azevedo, presidente da Funpapa.

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