O Dia do Surdo, que transcorreu nesta quinta-feira, 26, é uma data importante para a comunidade de deficientes auditivos: é dia de lutar por uma sociedade com menos preconceito e mais inclusão. Para celebrar o dia, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel), organizou uma programação especial para atletas surdos.
A programação, realizada no Ginásio Altino Pimenta, envolveu várias modalidades esportivas, como basquete em cadeira de rodas, vôlei sentado, futsal de surdos, handebol em cadeira de rodas, tênis e skate. Todos esses esportes integram o Programa Esporte Sem Barreiras, executado pela Sejel com o objetivo de proporcionar a inclusão social.
"Nós já tivemos atletas que chegaram à Seleção Brasileira de Surdos, vários com destaque nacional. Isso é a certeza de que o trabalho de alcançar a inclusão de pessoas com deficiência está dando certo e, sem dúvida nenhuma, democratiza o esporte, mostra que o esporte é para todos. O nosso objetivo é que junto com a sociedade nós possamos promover mais políticas públicas e mais inclusão social", explicou o titular da Sejel, Wilson Neto.
Futsal - O futsal para surdos foi um dos esportes do dia, que envolveu seis equipes compostas por dez atletas cada. O campeão do torneio foi o time União dos Surdos Futebol Club (USFC), vencendo nos pênaltis o time Felipe Smaldone. Por meio da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), o atleta Rocildo Júnior, de 24 anos, surdo de nascença, expressou a felicidade com a vitória: "Me sinto muito feliz e agradeço a Sejel por ter feito este momento, que é muito importante para mim e para os outros atletas".
Os professores Marcos Canellas, há seis anos responsável pelo projeto "Futsal de Surdos" da Prefeitura, e o intérprete de libras Alan Ferreira, receberam a medalha de reconhecimento pelos serviços prestados à comunidade surda por meio da Sejel. "A gente vêm contribuindo para que a comunidade surda venha ganhando mais espaço na sociedade por meio do esporte. Eu fico muito feliz por esse reconhecimento e por agregar cada vez mais ao esporte ajudando a comunidade por meio de projetos como esse", disse Marcos Canellas.
Como tradutor de libras, Alan Ferreira reconhece o esporte como uma forma de superação. "Eles começam a interagir mais com a sociedade e entre eles mesmos. A gente vê que o esporte se torna um grande instrumento de superação e inclusão social. Aqui se torna o local do encontro, da socialização, tudo proporcionado por esses programas de inclusão da Prefeitura", afirmou.
O momento de socialização emocionou a técnica de enfermagem Cristiane Neves. "Eu acho muito boas essas iniciativas. A minha filha interage mais em casa, na escola. Os amiguinhos dela que não são surdos vão para minha casa, essa interação é muito importante", disse Cristiane.
O Esporte Sem Barreiras é um projeto da Prefeitura de Belém, executado pela Sejel, com o objetivo de criar um espaço de lazer e esporte para jovens com deficiência. Qualquer pessoa que possui algum tipo de deficiência pode procurar a Sejel, localizada na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira, ou diretamente no Ginásio Altino Pimenta, na avenida Visconde de Souza Franco (Doca), levando RG, CPF e comprovante de residência para se inscrever gratuitamente.
José Ricardo Silva, de 43 anos, é atleta e participa do programa. Usuário de cadeira de rodas há 25 anos, após ser vítima de uma bala perdida que o deixou paralítico. Assim como outros deficientes, por meio do esporte ele conseguiu ultrapassar as suas limitações. "Hoje eu trabalho, sou formado em gestão pública, sou atleta, já participei da seleção brasileira, eu me considero mais que um vencedor. É muito importante esse apoio que a Prefeitura nos dá por meio do esporte", contou José.
