A manhã desta sexta-feira, 06, foi de muito aprendizado para cerca de 80 alunos da Escola Municipal João Carlos Batista, no bairro da Cabanagem. O motivo foi o Dia D de Combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, com uma programação realizada pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devs), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), órgão vinculado à Prefeitura de Belém, e que este ano trouxe o tema “E você? Já combateu o mosquito hoje? Proteja sua família”.
Com a chegada do inverno amazônico, segundo o coordenador do Programa Municipal de Combate às Endemias, David Aurélio, esse trabalho de educação em saúde, que já é realizado ao longo do ano, é intensificado, sobretudo, no âmbito escolar. “Buscamos sensibilizar a população, principalmente nas escolas, trazendo metodologias e ações pedagógicas para combater e prevenir doenças. As crianças são a curto, médio e longo prazo disseminadoras deste processo e devem ser alcançadas com maior proporção para que adiante tenhamos resultados eficientes no combate ao Aedes”.
A ação contou com aproximadamente 80 servidores municipais entre Agentes de Controle de Endemias (ACEs) e coordenadores distritais, dentre outros. Por conta do índice elevado de chuvas, a programação será intensificada até junho de 2020.
Teatro de fantoches, brincadeiras, pintura, reciclagem e jogos com a temática foram algumas das atividades apresentadas e que despertaram o interesse da aluna do 4º ano, Suiane Caroline Silva. “Não tinha conhecimento sobre algumas coisas da dengue. A caixa d’água precisa ser lavada e estar tampada para o mosquito não entrar e colocar os ovos”, disse. A lição aprendida pelo aluno Kauan Cardoso, também do 4º ano, foi sobre água acumulada. “Ela não pode ficar parada. Já posso avisar meus pais que isso traz o mosquito da dengue”, explicou.
Repelente - Além de toda a dinâmica da ação foram apresentados pelo professor de ciências Alan Lima, que leciona em uma escola da ilha de Mosqueiro, repelentes naturais que também são usados como forma de proteção contra o mosquito. A ideia surgiu junto aos alunos do 6º ano para ajudar a comunidade do entorno do Carananduba. “Temos uma receita que foi extraída da internet, porém, fizemos acréscimos durante a produção a fim de potencializar a duração do produto. Pela receita, o repelente durava cerca de uma hora, mas conseguimos manipulá-lo para que dure de três a quatro horas”, explicou. O trabalho já é feito há três anos para a comunidade, que também ajuda com frascos e matéria-prima como hortelã ou eucalipto.
Vigilância - A Sesma dispõe de mais de 700 agentes de controle de endemias que visitam diariamente os imóveis e áreas externas em busca dos focos do mosquito Aedes aegypit. Em 2018 o município registrou 3.477 casos de chikungunya, contra 1.088 este ano. “Ainda que o ano não esteja fechado tivemos uma redução significativa de quase 70%”, ressaltou Aurélio. Para os casos de dengue, foram confirmados 99 no ano passado. Até dezembro deste ano, foram registrados 92. E em relação ao zika vírus, um caso foi confirmado este ano e cinco em 2018.
Serviço - A Secretaria também disponibiliza o Disque Endemias (3184-6128), que funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h. O serviço registra denúncias de focos de mosquito, orienta a população no combate ao vetor e esclarece sobre sintomas da doença.