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Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV

Foto: Joyce Ferreira / Comus
Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV
Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV
Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV
Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV
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Prefeitura de Belém tem ampla atuação na prevenção e luta contra o HIV

É na Casa Dia que as pessoas reagentes ao vírus HIV têm acesso a consultas médicas, medicação e realização de exames. Tudo de forma gratuita.

“Na época que eu descobri meu resultado positivo para o HIV foi bem difícil. Eu tinha acabado de me formar na faculdade e essa notícia foi um grande baque”.

A declaração é do analista de customer experience (CX), Hanssés Xavier, que descobriu ser positivo para o vírus HIV, em 2013, aos 22 anos de idade, após realizar exames de rotina.

Atualmente com 30 anos, Hanssés Xavier segue fazendo tratamento com a medicação retroviral e está indetectável. Isso significa que a carga viral de HIV no corpo dele é tão baixa que ele não consegue mais transmitir o vírus para outras pessoas.

O analista de CX conta que faz suas consultas médicas por meio de seu plano de saúde e que recebe a medicação do tratamento pelo município.

Hanssés destaca a importância da rede municipal de saúde nos processos de controle e atenção à doença. “Na Casa Dia eu só faço a retirada dos meus medicamentos. Sei que lá tem uma equipe médica bem completa, com infectologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais. No início do meu tratamento, fui atendido lá e o acolhimento foi muito bom”, diz o jovem.  

Referência e tratamento - Atualmente, cerca de 14 mil pessoas que vivem com o vírus HIV em Belém estão cadastradas no sistema da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Delas, 10 mil estão em tratamento. Dois centros de saúde municipais são referências na identificação e tratamento do HIV no município.

Um deles é o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no bairro da Campina. Outro é a Casa Dia, no bairro do Telégrafo, um centro de saúde especializado no tratamento de doenças infecciosas. É na Casa Dia que as pessoas reagentes ao vírus HIV têm acesso a consultas médicas, medicação e realização de exames. Tudo de forma gratuita.

Para atender esses pacientes, a Prefeitura de Belém conta com um aporte financeiro mensal, recebido do Ministério da Saúde, no valor de R$ 81.468,40, totalizando R$ 9.775.780,80 anuais. Os recursos são usados no desenvolvimento de ações de combate ao HIV/Aids no município. 

Testagem e prevenção - Além do CTA, a população pode realizar o teste rápido para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e nos Pronto Socorros Municipais. 

A testagem é uma excelente ferramenta no combate ao HIV, como explica o coordenador da Referência Técnica em IST HIV/Aids da Secretaria  Municipal de Saúde, Edgar Barra.

"O quando antes a pessoa buscar a testagem, mais cedo ela vai começar o tratamento, evitando, assim, os agravos do HIV e possíveis novas infecções. É isso que chamamos de diagnóstico precoce”, explica Edgar. 

As unidades de saúde contam também com testes rápidos para o HIV,  os quais podem ser retirados e feitos em casa. Esses testes podem ser para si ou para terceiros.

Métodos de prevenção ao HIV -  Entre os métodos mais populares de prevenção ao vírus HIV e outras IST estão os preservativos sexuais masculino e feminino, as famosas camisinhas.

Eles são disponibilizados, gratuitamente, para a população, em todas as unidades de saúde municipais. É importante lembrar, segundo os médicos, que é bom aliar os lubrificantes sexuais à base de água ao uso dos preservativos, como estratégia de prevenção.

Um marco importante na prevenção ao HIV é a criação da Pep (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), medicamento tomado por 28 dias, após possíveis exposições ao vírus, em um intervalo de até 72 horas.

Há também a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV), que é outra medicação aliada no combate ao HIV. Diferente da Pep, a PrEP é um comprimido utilizado diariamente por pessoas negativas ao HIV, para prevenir a infecção pelo vírus, antes de situações de exposição. Os dois medicamentos também são disponibilizados, de graça, pela rede municipal de saúde. 

Prevenção e segurança - O universitário Douglas de Souza, de 19 anos, faz uso há mais de um ano da PrEP. “Sempre tive interesse, pois há maior segurança nas relações sexuais, sejam ela fixas ou casuais. É bom, é viável e sempre nos deixa mais confiantes. Procurei um médico, que, além de profissional de saúde, é um amigo. Ele foi uma ponte com o posto de referência de PrEP em Belém, após uma situação de risco que tive. Logo fui avaliado por ele e pude começar o acompanhamento”, explica. 

Douglas analisa a PrEP de maneira positiva. “A PrEP veio para todos, seja para aqueles que têm parceiros HIV+ indetectável e, mesmo assim, queiram se sentir mais seguros quanto à relação; seja para pessoas trans, heterossexuais, gays ou os que curtem relações fixas ou casuais. Entendo que é para todos e deve estar disponível para quem tiver interesse em usar”.  

=> Confira, na tabela abaixo, o atendimento disponível em Belém:

 

TESTAGEM

ONDE TESTAR?

NO CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO (CTA) OU EM QUALQUER UNIDADE DE SAÚDE OU HOSPITAL MUNICIPAL. 

DEU POSITIVO. E AGORA?

O CTA OU A UNIDADE DE SAÚDE ENCAMINHARÁ A PESSOA REAGENTE PARA O HIV À CASA DIA, PARA INICIAR O ACOMPANHAMENTO MÉDICO E TRATAMENTO.

 

TRATAMENTO

ONDE TRATAR?

A CASA DIA É O CENTRO DE SAÚDE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA PARA O TRATAMENTO DO HIV/AIDS E OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS EM BELÉM. NA CASA DIA  AS PESSOAS TÊM ACESSO A MEDICAÇÃO, EXAMES E ACOMPANHAMENTO MÉDICO, TUDO GRATUITAMENTE.

 

PREVENÇÃO

ONDE BUSCAR?

TODAS AS UNIDADES DE SAÚDE GERIDAS PELA PREFEITURA DE BELÉM FAZEM, GRATUITAMENTE, A DISTRIBUIÇÃO DE MÉTODOS PREVENTIVOS AO HIV, COMO PRESERVATIVOS E A PREP E PEP. 

Dados epidemiológicos - De acordo com a Sesma, em Belém, a população mais afetada pelo HIV são os jovens, entre 15 e 29 anos. De 2019 a 2021, a Sesma registrou 3.700 novos casos de HIV na cidade, 44% desse total eram jovens nessa faixa etária. Por isso, a atenção da Saúde Municipal para esse grupo.

Uma outra preocupação da Sesma é com a transmissão vertical, quando a mãe passa o vírus para o filho ainda na gravidez ou durante o parto. Segundo a Sesma, Belém é a capital que lidera os indicadores de transmissão vertical do HIV, no Brasil. Para combater a disseminação do vírus nesses dois casos, a Secretaria realiza diversas ações de prevenção à infecção na cidade. 

Ainda segundo a Sesma, não existe um número absoluto em relação às mortes pela Aids em Belém. O que se tem é um indicador que, de acordo com o Boletim Epidemiológico de 2020, estima 17 óbitos por 100 mil habitantes na cidade decorrentes das complicações da Aids. 

O coordenador da Referência Técnica em HIV/Aids da Sesma, Edgar Barra, fala que a preocupação na epidemia foi evitar as mortes. "Não queremos que a nossa população morra pelos agravos da Aids. É possível prevenir essas mortes, buscando a testagem em momento oportuno, o tratamento e a prevenção. Tudo isso nós oferecemos para nossa população, gratuitamente”, finaliza Edgar.  

O mundo no combate ao HIV -  1° de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. A data foi instituída em 1987, na Assembléia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), e serve para reforçar a tolerância e a compaixão com as pessoas infectadas pelo vírus. Assim como destacar as políticas públicas de municípios, estados e países desenvolvidas em prol dos pacientes infectados e também da prevenção ao HIV.

O mundo convive há cerca de quatro décadas com a epidemia das infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV, que provoca a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids.

O primeiro caso de HIV no mundo, de que se tem notícia, data do início dos anos de 1980, quando a ciência ainda desconhecia totalmente a virose e seu comportamento no organismo humano.

Ainda não há cura para o HIV, mas, desde o início da epidemia até a atualidade, os estudos científicos sobre a infecção avançaram, e hoje as pessoas com o HIV podem ter vidas normais e com qualidade, graças aos medicamentos retrovirais descobertos. No Brasil, a medicação é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Belém, a Prefeitura Municipal dedica este mês à campanha Dezembro Vermelho, que reforça as ações de combate ao vírus HIV na capital paraense.

“Desejo que a gente possa conversar sobre HIV e Aids sem tabu e que esse assunto seja muito mais difundido em todos os meios. Desejo também que a ampla discussão não ocorra somente em dezembro, mas, sim, o ano todo. Vejo um futuro muito próspero, para a gente que vive com o HIV. A vacina está caminhando a passos largos”, finaliza Hanssés Xavier, que há oito anos vive com o HIV e afirma levar uma vida normal.

 

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