A Biblioteca Pública Municipal Avertano Rocha (BPMAR), da Prefeitura de Belém, é a sede de um curso de artesanato voltado para mulheres migrantes refugiadas da etnia Warao, da Venezuela, residentes em Belém e Ananindeua.
O curso ocorre entre os dias 2 e 15 de dezembro de 2021 e integra as ações do Projeto “Povo das águas: trabalho, participação e meios de vida”, desenvolvido pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel).
Fortalecimento - O objetivo do curso é fortalecer a cadeia produtiva do artesanato entre os indígenas Warao em Belém.
O projeto surgiu a partir de um mapeamento laboral realizado com os Warao, que indicou o artesanato como uma das principais atividades produtivas realizadas pelos indígenas.
O curso conta com a participação de 17 mulheres venezuelanas Warao e terá duas fases. A primeira, voltada para o design e identidade das produções artesanais; e a segunda, direcionada para o associativismo, o cooperativismo e a economia solidária, além de educação financeira.
Inserção produtiva - “O curso tem por objetivo trabalhar o artesanato, uma das atividades produtivas principais dos Warao, e também uma das principais atividades que eles apontaram como perspectiva de inserção produtiva em Belém e Ananindeua", explica Lanna Lima, coordenadora do projeto “Povos das águas”.
Ainda segundo ela, eles vivem em situação de extrema vulnerabilidade e enxergam essa atividade como importante possibilidade de geração de renda, "que articula seus conhecimentos e modo de vida tradicional, com a necessidade de geração de renda aqui em Belém”.
Fomento à cultura - A diretora da Biblioteca Municipal, Gorette Gonçalves, ressalta o papel da instituição como fomentadora de atividades culturais diversas, tanto para brasileiros como para estrangeiros. Neste caso, as mulheres indígenas Warao refugiadas em Belém e Ananindeua.
“A Biblioteca Pública Municipal Avertano Rocha, como um departamento da Fumbel, é um espaço de compartilhamento e troca de informações e saberes, devendo estar à disposição de todos os segmentos sociais, o que inclui brasileiros e estrangeiros".
Daí a importância de efetivar parcerias com instituições que tratam de questões culturais. "Como é o caso do IEB, que desenvolve projetos voltados aos povos indígenas venezuelanos, de modo a garantir direitos e dignidade a essas pessoas”, destacou Gorette Gonçalves.
Lanna Lima, pontua, ainda, a importância de realizar o curso na Biblioteca Municipal como forma de utilizar os espaços públicos com atividades relacionadas à cultura, à identidade e inserção produtiva das indígenas Warao.
“Isso também pode proporcionar que os Warao tenham uma experiência da cidade diferente daquelas que tiveram até agora. Possibilita que os Warao também ocupem esses espaços de cultura da cidade, que tenham contato com esses serviços públicos e uma sociabilidade com a comunidade de acolhida, colaborando com a vivência, o direito à cidade e aos equipamentos públicos de cultura”, enfatizou.
