A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), deu início nesta quarta-feira, 14, na sede da instituição, à programação especial denominada “Caminhos da Vida: Arte, Cultura, Educação e Saúde”, de prevenção e promoção da saúde física e comportamental, em alusão ao Setembro Amarelo.
Sob o comando do Núcleo de Atenção à Saúde do Trabalhador (Nast), até a próxima sexta-feiera, 16, são feitas rodas de conversa, oficinas, ginástica laboral, apresentações artísticas e práticas integrativas complementares, envolvendo meditação, aromaterapia, auricoloterapia, danças circulares e johrei.
A abertura da Campanha Setembro Amarelo na rede municipal de ensino ocorreu no salão Paulo Freire, na sede da Semec, e contou com a presença da secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt; da diretora Geral, Araceli Lemos; do coordenador do Nast, Jorge Gama; e diretores, coordenadores e trabalhadores da Semec.
Cuidar da nossa gente - A secretária Márcia Bittencourt destacou a necessidade “de ajudar o outro, o colega ao lado, prestar atenção a alguém que sinaliza que quer apoio”.
Para ela, é preciso estar atento e vigilante para os sinais que podem indicar quando uma pessoa está em processo de adoecimento. A titular da Semec pontuou que a Prefeitura de Belém atua a partir de uma frente de ação para contratar psicólogos e assistentes sociais, por saber da importância de “cuidar da nossa gente”.
A opinião foi compartilhada pela diretora Geral da Semec, Araceli Lemos. Ela informou que a secretaria não tem medido esforços para garantir melhores condições de trabalho. “Estamos na luta por um novo prédio para a secretaria, com espaços mais adequados e acolhedores, porque isso também ajuda a pessoa a adoecer menos”.
Ações do Nast - O professor Jorge Gama informou que o Nast acompanha de forma contínua os casos envolvendo os trabalhadores da educação. “Na Semec, só neste ano, mais de 300 pessoas foram afastadas de suas funções em decorrência de agravos na saúde mental”, informou Jorge Gama. Ele acrescentou, ainda, que o cenário da pandemia do coronavírus impactou fortemente na saúde das pessoas.
De acordo com os registros do Nast, agravos da saúde mental são o segundo indicador de afastamento de trabalho na Semec, atrás apenas das licenças motivadas por dificuldades de mobilidade, provocados por dores articulares.
“Nosso trabalho é garantir uma escuta sensível, um espaço acolhedor para que a pessoa se sinta segura”, destacou Gama. Segundo ele, dependendo da situação “o núcleo encaminha [trabalhadores adoecidos] para as unidades de saúde ou Centros de Atendimento Psicossocial (CAPSs)".
Palestra - A coordenadora da Referência Técnica Municipal de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Ester Maria Oliveira de Sousa, ressaltou durante a palestra, intitulada “Criar e cuidar: A saúde mental como direito”, sobre a importância da prevenção à saúde mental.
Ela disse que os fatores sociais são determinantes para o adoecimento das pessoas. “Se você não tem acesso aos direitos básicos, como saúde, educação, alimentação, moradia, dentre outros, quando esse direitos são violados, adoecemos”.
Antes da palestra, houve apresentação de dança circular com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras da Semec. A atividade, coordenada professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Aline Queiroz, é uma das 29 práticas integrativas e complementares aprovadas em 2006, dentro da Política Nacional de Saúde.
Saúde do servidor faz parte da política pública da Prefeitura de Belém
Em 2021, o prefeito Edmilson Rodrigues aprovou como política no âmbito municipal, a adoção das práticas integrativas em atenção à saúde dos trabalhadores. A unidade de Saúde do Jurunas, por exemplo, tem um consultório que atende essas especialidades. A expansão dessas práticas está em andamento em outras unidades de saúde da capital paraense.
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza em todo o Brasil o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2019 relatam que mais de um milhão de pessoas cometeram suicídio no mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos ao ano, o que corresponde a 38 suicídios diários, com incidência maior entre homens na faixa etária de 15 a 39 anos.
Outro dado preocupante é o aumento em quase 100% de casos de suicídios relacionados às doenças mentais nos países das Américas, por falta de informação de qualidade e diagnóstico adequado.
