A obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Bacia da Estrada Nova já alcança 98% de execução. Realizada pela Prefeitura de Belém, por meio do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (Promaben), ela tem capacidade para tratar até 143,26 litros de esgoto por segundo — o equivalente a cerca de 10 milhões de litros por dia. A estrutura representa um marco histórico para a saúde pública, meio ambiente e qualidade de vida de cerca de 100 mil moradores dos bairros de São Brás, Cremação, Condor, Guamá, Jurunas e Cidade Velha.
A obra, foi paralisada em dezembro do ano passado, com 90% de execução, e retomada no início de fevereiro após a atual gestão municipal identificar e corrigir irregularidades. Segundo a cooperação do programa, os recursos destinados ao projeto foram mal aplicados na gestão anterior, comprometendo o andamento do projeto. Em quatro meses, cada etapa da obra passou por reorganização para retomada da construção.
Vistoria
Na tarde desta segunda-feira (12), o prefeito Igor Normando vistoriar a obra e destacou a relevância do projeto em um momento estratégico para a cidade. "Estamos diante de uma das maiores entregas de saneamento básico em Belém. Essa estação vai mudar a realidade de milhares de pessoas e mostrar que é possível aliar o desenvolvimento urbano e a preservação ambiental. É um compromisso com a saúde, com o meio ambiente e com o futuro da nossa cidade", disse.
O engenheiro sanitarista responsável pela obra, Diogo Figueiredo, explicou o funcionamento da estação. “Vai fazer o tratamento de 140 litros por segundo, o que dá cerca de 10 milhões de litros por dia. É fundamental para a saúde da população do entorno da bacia, da estrada da Bernardo Sayão, onde vivem cerca de 100 mil pessoas. O esgoto tratado será lançado no emissário a um trem de distância, sem contato com a população. Não será mais um lixo jogado no Guamá”, detalhou. “É um esgoto tratado, que respeita o meio ambiente e a população de Belém”, complementou.
A ETE receberá e tratará resíduos domésticos de bairros como Jurunas, Cidade Velha, Condor e parte de Batista Campos, além dos conjuntos habitacionais do Promaben. Após o tratamento, a água será devolvida ao meio ambiente de forma segura, fechando um ciclo sustentável de saneamento básico.
Projeto abrangente
De acordo com Deivison Alves, representante do Promaben, a ETE está inserida em um projeto ainda maior, que promove uma transformação completa na região. “A obra da estação é mais uma que integra o programa de macrodrenagem da Bacia da Estrada Nova, com duplicação de Bernardo Saião, urbanização, calçadas, paisagismo, iluminação e reassentamento de famílias que viviam em palafitas. Todo o projeto é financiado com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e da Prefeitura. Não vai mais existir aquela mancha preta na beira de Bernardo Saião. O que vai para a baía é esgoto tratado. Isso é saúde e qualidade de vida”, ressaltou.
Investimento
A ETE é apenas uma das frentes do Promaben, que reúne ações integradas de urbanização, drenagem, habitação e inclusão social. O programa tem impacto direto na vida de cerca de 300 mil pessoas e é um dos maiores investimentos da história da cidade: US$ 95,7 milhões, sendo US$ 71,7 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 24 milhões como contrapartida da Prefeitura de Belém.
Além da ETE, a urbanização da avenida Bernardo Sayão já está com 95% da Fase 1 concluídas, no trecho entre a rua dos Mundurucus e a avenida Fernando Guilhon. O projeto inclui 352 unidades habitacionais, 44 pontos comerciais e o reassentamento de 64 famílias já o mês de junho, que passarão a ocupar moradias dignas e integradas à infraestrutura da cidade.
Com obras já entregues, como a Unidade de Referência em Doenças Tropicais Negligenciadas (URVET) e o sistema de comportamento do Canal das Caripunas, o Promaben reforça o compromisso de gestão municipal com um desenvolvimento urbano sustentável, inclusivo e focado na melhoria da qualidade de vida da população de Belém.
