Divididos em cinco equipes, militares do Exército reforçam a partir desta segunda-feira, 23, o trabalho dos agentes de controle de endemias da Secretaria Municipal de Saúde. São 30 homens que irão atuar em conjunto com os agentes no bairro da Pedreira, local que registrou 41 casos confirmados de dengue em 2016.
Para a aposentada Maria Zenil Bentes, 70 anos, a presença dos militares dá mais segurança para a abertura da residência. “Acho muito boa essa colaboração das Forças Armadas, afinal é uma forma de defender o povo também”, disse. Ela também ressaltou a preocupação em manter o imóvel limpo para evitar criadouros do mosquito. “Já tive dengue duas vezes e vivo com medo de adoecer novamente, por isso, meu cuidado é grande, mas pena que o vizinho não cuida do dele”, lamentou.
A referência de dona Zenil é o imóvel ao lado da sua casa, no qual os agentes encontraram focos e coletaram amostras para análise em laboratório. Já os militares, ajudaram na eliminação dos depósitos e nas orientações ao morador.
A parceria com as Forças Armadas é uma decisão tomada pela Sala Nacional de Situação de Enfrentamento ao Aedes aegypti, que reúne vários ministérios em Brasília, e as coordenações estaduais e municipais, para discutir estratégias de controle do mosquito.
De acordo com o coordenador da Divisão de Controle de Endemias, David Rosário, os militares receberam treinamento prático e teórico para eliminação dos focos do mosquito, técnicas de vistoria e informações clínicas de zika, dengue e chikungunya. “Nossa expectativa é dar mais celeridade ao trabalho que é realizado diariamente em todos os bairros de Belém. Priorizamos a Pedreira pelo número de casos e, após dez dias de trabalho neste bairro, seguiremos para intensificação com os militares em outros bairros com altos índices de casos”, afirmou.
David também reforça que, mesmo com a participação dos militares, é fundamental que a população faça a sua parte. “O nosso trabalho é educativo complementar. Cada cidadão tem que fazer a sua parte e evitar produzir depósitos para o mosquito, como limpar o quintal da sua residência, olhar atrás da geladeira, tampar caixas d’água, cobrir piscinas. Enfim, evitar o acúmulo de água”, orientou David.
A dona de casa Alcimar Santiago, 59 anos, foi pega de surpresa pela visita dos agentes e dos militares. No imóvel ao lado da sua casa, pertencente ao seu esposo, os agentes encontraram vários focos. “Eu admito que não vinha aqui no terreno. Agora fiquei chocada com o que vi e me comprometo a vir toda semana dar uma olhada. Esse trabalho de alertar e orientar é muito importante”, ressaltou.