Andreia Ferreira Costa, de 35 anos, vive há 17 anos em uma união estável com Rogério Pimenta, de 38 anos. Desde o início da união, eles sempre sonharam em ter uma casa própria que, nas palavras de Andreia, “tinha que ter uma cozinha americana, com aquelas mesas de balcão”. Porém, a situação financeira do casal não permitia que eles fossem muito além da casa cedida pelos pais de Rogério. Uma casa de madeira, no bairro da Marambaia, onde o filho do casal, André Rogério, hoje com 14 anos, nasceu e cresceu.
“Era uma casa de madeira na beira do canal. Meu filho sofria muito com alergia, porque a rua alagava e o piso encharcava, era horrível. Chegamos a perder guarda-roupa com esses alagamentos”, relembra Andreia, que nesta quinta-feira, 08, ganhou um motivo para sorrir. Ela foi convocada pela Prefeitura de Belém para fazer a vistoria de um apartamento do conjunto “Viver Primavera”, no bairro do Tapanã. No total, 704 famílias de baixa renda serão contemplados com uma unidade habitacional do conjunto, que tem previsão de entrega para o dia 26 de junho.
Construído pela Prefeitura Municipal de Belém, por meio do programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”, o “Viver Primavera” será o primeiro conjunto habitacional entregue através do programa na capital paraense.“O metro quadrado em Belém é muito caro comparado a outras cidades. Por isso, não era atrativo para as construtoras investirem no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ aqui”, explicou a diretora geral da Secretaria Municipal de Habitação, Sheila Corrêa.
Para que a situação mudasse, a diretora geral da Sehab explica que foi preciso a criação de um ambiente propício aos grandes empreendimentos. “A Prefeitura de Belém teve o cuidado de pensar e elaborar uma Lei Municipal de incentivo. E o resultado é que hoje temos 9 mil unidades habitacionais em andamento na cidade”, afirmou Sheila, que se referia à Lei “Viver Belém – Minha Casa, Minha Vida” aprovada pela Câmara Municipal de Belém, em junho de 2013.
Os demais conjuntos habitacionais devem ser entregues até o final deste ano, e ficam localizados nos bairros da Pratinha, Tenoné, Val-de-Cans, e nos distritos de Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro. “Tivemos a preocupação de construir em áreas próximas de onde essas famílias já moravam. Empreendimentos distantes nem chegaram a ser aprovados”, garantiu Sheila Corrêa.
Suzi Renata Ribeiro, de 25 anos, nem terá que mudar de bairro. Ela mora com o marido, a mãe, avós, e irmãos em uma casa de apenas um cômodo no bairro do Tapanã. “Eram 7 pessoas em um quarto, não era fácil, mas a gente não tinha condições de comprar uma casa. Isso aqui é um sonho”, declarou. Ela vai morar agora em um apartamento de 42m2 com dois quartos, banheiro, sala e cozinha, apenas para ela, o esposo, e os avós. E já até sonha em oficializar a união estável de 4 anos com Jefferson Oliveira, de 28 anos. “A gente sempre teve o sonho de oficializar nosso casamento no cartório, mas como tem que pagar também, a gente ia deixando pra depois. Com a nossa casa própria, acho que finalmente chegou a hora”, revelou.
As famílias de Suzi e de Andreia contarão ainda com uma área de lazer dentro do Conjunto, com dois parques infantis e uma quadra de esportes, além de um centro comunitário. Vai ser a hora do filho de Andreia, André Rogério, finalmente estrear a bicicleta que ganhou e nunca pôde usar. “A gente tinha medo porque era perigoso lá onde a gente morava e não era asfaltado. Aqui não vai ser problema. Vai ser maravilhoso, todo esse espaço, tudo asfaltado”, disse Rogério Pimenta, marido de Andreia, que completou emocionada: “Só tenho a agradecer. Graças a Deus deu tudo certo. Tô até emocionada. Tá aí a casa. Casa própria. Nossa mesmo”, concluiu.