Ela não escolheu o caminho mais fácil, mas garante que o trabalho traz gratificações únicas. Renata Lobato faz doutorado em psicologia e é uma das responsáveis pelo Programa de Saúde do Idoso desenvolvido pela Unidade de Saúde do Conjunto Providência, em Belém. O desafio começou há quatro anos quando passou no concurso público da Secretaria Municipal de Saúde e foi surpreendida com o convite para atender pacientes da terceira idade. “Trabalhar com idosos é algo que sempre gostei, porque fui cuidadora da minha avó que tinha alzheimer, e foi gratificante chegar aqui e trabalhar com elas. Na psicologia a gente diz que tem duas formas de reforçamento no trabalho, que é o reconhecimento entre os pares e a gratidão. E eu vejo que tenho muita gratidão nesse trabalho”, alegra-se Renata. “Tudo o que você transmite para este grupo de idosas você recebe em dobro”.
Para se destacar em um serviço é preciso se apaixonar todos os dias pela profissão recomenda a também psicóloga Alda Valente, que atua na área de urgência e emergência há mais de 15 anos. Ela diz que vive e milita no Sistema único de Saúde e reconhece que todos os dias tem desafios a serem superados. “O que mais me motiva é minimizar o sofrimento das pessoas ou orientar para possam aprender a lidar com os problemas da vida”, conta Alda que explica que diz que acredita no SUS como um bem social importante para a população porque, segundo ela, “prevê todas as possibilidades de execução de forma democrática com controle social, humanização, descentralização, financiamento e colaboração entre esferas do governo”.
A servidora se destaca por atuar no Comitê de Humanização do Hospital de Pronto Socorro Mário Pinotti, onde se junta a outros profissionais da área da saúde que planejam e executam a humanização do hospital, que é uma das maiores motivações da equipe, que atende pessoas na hora em que mais precisam de suporte técnico e emocional.
“Todas as dificuldades de ser mulher, afrodescendente, de origem pobre e servidora pública precisam ser superadas”, relata Alda, sobre a dedicação que precisa ser plena aos pacientes e familiares.
A humanização se estende ao atendimento dado às mulheres atendidas diariamente pelos programas direcionados ao público feminino nas unidades de saúde do município. São realizados serviços básicos e especializados, além da rede hospitalar. De acordo com a coordenadora da Referência Técnica de Saúde Mulher em Belém, Camila Miranda, a Política de Saúde da Mulher é pautada nas diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde. “Na rede SUS é oferecido o pré-natal, controle do câncer de colo de útero e de mama, enfrentamento da violência contra a mulher, ações no âmbito da saúde sexual e reprodutiva entre outras”, detalha Camila. “Em Belém a Sesma oferece exames gratuitos de mamografia e Papanicolau (PCCU ou exame preventivo)”. A servidora lembra que exames de maior complexidade são oferecidos na Casa da Mulher, espaço pensado e planejado para atender as mulheres.
Camila explica ainda que desde 2009, a Secretaria, por meio das Referências Técnicas de Prevenção da Violência e dos Acidentes, Referência Técnica Saúde da Mulher e da Referência Técnica de IST/AIDS/ HIV vem implantando serviços a melhoria da qualidade no atendimento as vítimas de violência e na formação de banco de dados. “Todas as Unidades Básicas, Casas Especializadas e Hospitais Municipais e Estaduais já receberam capacitação para notificar os casos de violência, assim como realizar um atendimento humanizado com encaminhamentos corretos para a rede de serviços”, finalizou.