Alunos do projeto “Shizen Funbosque Karatê” participaram do 10° exame de troca de faixa, durante a tarde de ontem, 28. A iniciativa faz parte da grade pedagógica da Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque Prof. Eidorfe Moreira (Funbosque), e, vem promovendo a prática de atividades físicas, com foco no Karatê, além da inclusão de atletas com deficiência. Ao todo, 33 caratecas foram graduados com o aval da Liga Paraense de Karatê.
Alegre e determinado, como ele mesmo se define, Rodrigo Goés, 12 anos, nasceu com Artrogripose Congênita, que é uma condição que limita o movimento das articulações, mas isso não o fez desistir do esporte que ama, principalmente tendo sempre a mãe, Miriam Goés, ao lado. “Ele se desenvolveu muito com o Karatê, isso vem ajudando ele a se distrair e promovendo a inclusão dele dentro da escola e no esporte. É um pouco difícil o ir e vir, por conta da cadeira, mas faço questão, pois o Karatê vem ajudando muito o meu filho”, conta.
Para Jaydson Rodrigues, responsável pela coordenação do projeto, a satisfação é grande, pois os alunos foram aprovados. “Nosso projeto já existe há seis anos. Estou feliz, pois meus alunos foram aprovados, e com isso percebemos a evolução de todos. Essa avaliação é muito importante na vida deles”, conta o professor. O exame teve como avaliador o presidente da Liga Esportiva de Karatê, José Pereira, que além de professor e técnico, faz parte da equipe de arbitragem internacional.
Aos 12 anos, Ana Vitória nasceu com deficiência visual e comentou como a modalidade esportiva se tronou uma paixão. “O convite veio do “Sensei” Jeyson. Ele me ensinou de uma forma paciente e com o tempo eu comecei a amar. Hoje temos muitos amigos que posso contar quando mais preciso. O Karatê faz muito bem para mim, por isso o amo”, diz. A avó de Vitória, Joana Santos, reconhece que as aulas esportivas da Escola Bosque trouxeram mais alegria para dentro de casa. “Há seis anos minha filha ‘se foi’ por conta de um câncer. Hoje tenho a guarda dos meus netos que crio e educo com a ajuda da escola. Esse momento é muito importante para mim, mas principalmente para minha filha Vitória, ela ama o karatê”, disse.
Para Beatriz Padovani, presidente da Funbosque, o projeto vem apresentando bons resultados, por ser um incentivo aos pequenos atletas. “Nosso projeto não busca só a formação esportiva, mas principalmente a formação do respeito e do caráter dos alunos, a formação do cidadão de bem. E podemos ver que aqui não temos somente inclusão com pessoas com deficiência, mas também, de todas as crianças e jovens que precisam integrar melhor na sociedade por meio do esporte”, ponderou a presidente. “Disciplina e aprendizagem em sala de aula, a vivência e a convivência fora da escola, o melhor relacionamento com o outro faz de projetos como esse uma inclusão realmente efetiva, não só para os alunos, mas para todas as comunidades”, enfatizou.