Solidariedade é a palavra que melhor define o trabalho da agente comunitária de saúde Maria do Socorro Oliveira Tavares. Há quase dois anos, a ACS da Estratégia Saúde da Família Pratinha I transcendeu os cuidados no campo da saúde e criou uma iniciativa artística que envolve trabalhos manuais com idosos da comunidade. Hoje, ela ressalta todos os benefícios que isso trouxe à vida de quem já passou por inúmeras experiências.
“Observamos cuidadosamente as necessidades da pessoa idosa. Muitos têm depressão, se sentem sozinhos e, embora tenham vontade de se comunicar, ficavam muito tempo dentro de suas casas. Muitas vezes, tínhamos que buscá-los para as consultas. Com as atividades artísticas desenvolvidas, eles tiveram uma evolução surpreendente, tiveram sua autoestima elevada, construíram amizades e começaram a trocar experiências”, conta Maria do Socorro.
Nesta quinta-feira, 4, Dia Nacional do Agente de Saúde e do Agente de Endemias, Socorro destaca a importância deste profissional para a comunidade. “O ACS é o elo entre a comunidade e a ESF. É um trabalho de suma importância para a sociedade, marcamos consultas, ouvimos os pacientes, realizamos visitas, fazemos tudo o que está ao nosso alcance para que eles se sintam acolhidos”.
A idealizadora da iniciativa e a ACS Erica Oliveira, que trabalha há quatro anos na mesma ESF, promovem todas as quartas-feiras as atividades do projeto “Grupo de Idosos”, ligado ao Programa Saúde do Idoso. Elas organizam reuniões com os idosos, nas quais ocorrem dinâmicas em grupo, palestras e rodas de conversa. “Priorizamos sempre as boas lembranças, até mesmo para estimular a memória. Pedimos para eles contarem situações alegres com amigos, com professores, e é sempre uma diversão”, diz Socorro.
Já os trabalhos artísticos manuais ocorrem uma ou duas vezes ao mês com produção de flores de papel, garrafas decoradas, arte com folhas em EVA, cadernos e canetas enfeitados com material reciclável, entre outros. “Inclusive foi realizado um bazar para que eles pudessem expor seus produtos”, lembra Erica. Atualmente, cerca de 20 idosos fazem parte da iniciativa.
“O trabalho de ACS é um trabalho forte porque você se envolve na história do paciente. Sinto uma enorme gratificação em poder colaborar com a saúde física e mental não apenas da pessoa idosa, mas de crianças, adolescentes, jovens e de toda a família que vive em comunidade e que precisa muito mais do que somente a medicação”, destaca Erica.
Endemias - Na avenida João Paulo II e adjacências, o agente de controle de endemias Flávio Vasconcelos bate de porta em porta para conversar com os moradores e vistoriar residências.
Há três anos atuando na área, ele fala sobre a relevância do trabalho, sobretudo, porque é algo que exige a confiança das pessoas. “Entramos nas casas dos moradores para fazer um trabalho extremamente importante e que impacta diretamente na saúde de todos. Se um morador permite que eu faça a vistoria e o seu vizinho não, certamente isso resultará no controle de endemias daquela região”.
A cada dois meses, Flávio faz a vistoria em domicílios e, a cada quinze dias, em pontos estratégicos como sucatas, cemitérios, borracharias e terrenos baldios. Atualmente, mais de 700 agentes de controle de endemias percorrem as ruas de Belém inspecionando imóveis e áreas externas e verificando depósitos que se mostram favoráveis à proliferação de mosquitos, sempre na presença do proprietário e com a autorização deles.
Além de coletar amostras de focos encontrados e tratá-los com larvicida, o ACE também repassa orientações educativas. “Conversamos com os moradores e muitos se mostram interessados em fazer a sua parte, principalmente nas residências onde já houve casos de dengue, chikungunya ou zika”, diz Flávio.
A parceria, segundo o ACE, também é fundamental nessa jornada. “Todo esse trabalho é feito em parceria. Assim como os moradores conhecem o carteiro da sua rua, nós também merecemos ser reconhecidos, pois somos zoneados por áreas. E para nós, é um privilégio atuar numa área onde todos nos conhecem e reconhecem o nosso trabalho”.