A obra do cineasta paraense Fernando Segtowick ganha exibição abrangente e caprichada no Cine Olympia a partir de quinta-feira, 24. A mostra, que tem entrada franca, é uma boa oportunidade de conhecer ou rever os filmes dirigidos por Fernando, um dos cineastas mais produtivos do Estado. A entrada é gratuita.
A mostra poderá ser vista até o dia 30 deste mês, sempre a partir das 18h30, exceto no domingo, 27, quando a exibição começa às 17h30, e será aberta em todos os dias pelo mais recente documentário dele, “O Caminho das Pedras”, que será acompanhado de outro filme do diretor.
A programação é a seguinte: no dia 24, “O Caminho das Pedras” e “No Movimento da Fé”; no dia 25, “O Caminho das Pedras” e “Matinta”; no dia 26, “O Caminho das Pedras” e “Heróis do Clima”; no dia 27, “O Caminho das Pedras” e “Eu Moro Aqui” (História dos Povos da Floresta do Norte do Brasil); no dia 29, “O Caminho das Pedras” e “Diz Aí Amazônida”; e no dia 30, “O Caminho das Pedras ” e “Dias”.
A ideia da mostra teve início quando Fernando solicitou uma pauta ao espaço para o documentário “O Caminho das Pedras”, que ele dirige com Alexandre Nogueira, e que só fora exibido uma única vez em Belém. O diretor de programação do Cine Olympia, Marco Antônio Moreira, sugeriu então a exibição de parte da filmografia de Segtowick, o que foi de pronto aceito pelo cineasta.
“É uma grande emoção a de ter uma mostra de meus filmes no Cine Olympia, esse espaço de grande importância para todos nós que amamos o cinema em Belém. Fiquei bastante emocionado quando vi uma foto do meu nome na marquise do cinema e, ao mesmo tempo, é muito gratificante poder mostrar o meu trabalho a um público com maior abrangência”, celebrou o diretor.
Filmes – “O Caminho das Pedras” é uma produção do ano passado e lançada em 2017. É um registro poético de um lugar especial, o quilombo do Abacatal, com uma história rica que corre ainda o risco de desaparecer. Situado dentro da Região Metropolitana de Belém, em Ananindeua, o Abacatal é uma região importante na história da luta pelo reconhecimento das populações tradicionais da Amazônia.
É um quilombo de herança, reconhecido por pesquisadores, mas que guarda uma história curiosa: a região pertencia, 300 anos atrás, a um conde português que, sem filhos com a esposa, teve três filhas com sua escrava Olímpia: as três Marias. Ele deixou a terra de herança para elas, e os filhos das três Marias formaram três grandes famílias que até hoje habitam no lugar.
“No Movimento da Fé” é um documentário do ano de 2013 que ganhou dois prêmios no festival CinePE 2014, em Recife (PE). O filme mostra o Círio de Nossa Senhora de Nazaré a partir da visão de três pessoas que “constroem” a grande procissão do segundo domingo de outubro em Belém: um voluntário da Cruz Vermelha, um soldado da Polícia Militar e um membro da Guarda de Nossa Senhora de Nazaré.
O curta de ficção “Matinta”, do ano de 2010, é a versão de Fernando para a conhecida lenda paraense da Matinta Perera. Na trama, Valquíria (Dira Paes) tenta a todo custo seduzir Felício (Adriano Barroso), que é casado com Antônia (Nani Tavares). E nessa tentativa, Valquíria não mede esforços para ter seus desejos realizados e para conseguir tudo o que quer. O curta deu o prêmio de Melhor Atriz a Dira Paes no Festival de Cinema de Brasília de 2011.
Amazônida - Como é ser jovem na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo? Cerca de 40 jovens do Pará e do Amazonas falam sobre identidade pessoal e cultural, movimentos sociais e artísticos, entre outras questões relacionadas à juventude na série “Diz Aí Amazônida”, uma produção do Canal Futura, que foi realizada em parceria com a produtora de Marahu, de Fernando e do diretor de fotografia Thiago Pelaes. A série estreou no dia 21 de outubro de 2015 no Canal Futura e teve lançamento para o público em geral no dia seguinte, no Cine Olympia.
“Heróis do Clima” é um curta metragem institucional que Fernando fez para a empresa de mineração Hydro, sobre os catadores de material reciclado que saem o Lixão do Aurá para montar uma cooperativa. É a busca deles por dignidade e pelo reconhecimento do trabalho que eles fazem, sem que precisem estar em lugar tão degradante, como é um lixão a céu aberto.
No dia 31 deste mês haverá o lançamento, no Cineteatro Maria Sylvia Nunes, da série completa “Eu Moro Aqui”, que são episódios sobre a vida de pessoas que moram em área de reservas extrativistas. O que vai ser exibido no Olympia é o filme original que deu início à série. “Eu acho bem legal exibir esse trabalho, porque é um dos filmes que menos pessoas conhecem dos que já fiz”, comenta Fernando.
O curta-metragem “Dias”, de 2001, é o primeiro trabalho de Segtowick e foi um dos vencedores de um edital de audiovisual promovido pela Prefeitura de Belém. A trama mostra as vidas de três pessoas desconhecidas que acabam se cruzando após o atropelamento de uma menina na avenida Doca de Souza Franco, em Belém.
Serviço:
“Mostra Fernando Segtowick”, de 24 a 30 de agosto, às 18h30 (no domingo, 27, às 17h30), no Cine Olympia, na praça da República. Entrada gratuita.