Uma programação cultural diversificada marcou duas importantes datas celebradas no dia 5 de novembro: o Dia Nacional da Cultura e o Dia Nacional do Cinema Brasileiro. A promoção foi da Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), à tarde e no início da noite deste domingo, no Cinema Olympia e no Complexo Cultural Ver-o-Rio.
Celebrado anualmente no dia 5 de novembro, o Dia Nacional da Cultura foi estabelecido por lei em 1970, e marca o aniversário de nascimento do jurista, intelectual e escritor Rui Barbosa. A programação artística da Fumbel foi realizada em um palco montado no Complexo Ver-o-Rio, e se destacou pelo foco na diversidade cultural paraense.
“A programação foi pensada para contemplar o cinema e a cultura paraense. No caso do cinema, optamos em homenagear um ícone que é Mestre Verequete, e na área da música e dança procuramos trazer vários segmentos que representam toda a nossa cultura paraense, em uma programação variada e bonita”, disse Ivair Oliveira, gerente da área de música da Fumbel e um dos responsáveis pela programação.
Apresentações - O grupo Projeto Cultural Ananin Dance, do bairro de Val-de-Cans, abriu a programação apresentando números de dança de toadas de boi. O grupo, formado há 15 anos, arrancou aplausos de público, exibindo toadas e tradições folclóricas.
O casal Luiz Cláudio e Fátima Silva assistiu à apresentação do grupo e gostou muito. “Nós moramos em Marituba e sempre visitamos o Ver-o-Rio, mas nunca tínhamos visto um show aqui. Estamos gostando muito e é sempre bom ver esse tipo de apresentação”, elogiou Luiz Cláudio.
Ainda dentro da diversidade proposta, a quadrilha Fuzuê Junino levou ao Ver-o-Rio a beleza e graciosidade de suas misses. Ádria Souza, a Miss Simpatia; Ewelen Moraes, a Miss Mulata; e Keila Barros, a Miss Caipira, representantes do grupo, desfilaram mostrando as coreografias que fazem nas apresentações do grupo, o que já trouxe diversos título em competições à essa quadrilha junina.
O cantor Kim Marques e Banda foram muito aplaudidos pelo público. O artista fez uma pequena retrospectiva da carreira dele, cantando algumas músicas marcantes do ritmo brega paraense. “É sempre uma alegria estar com esse público que nos conhece, que canta junto e que pede as suas músicas favoritas. Em meus shows, o público pede sempre a música ‘Beija Flor’, e é um grande prazer ver que eles cantam junto conosco”, contou Kim Marques.
A programação no Ver-o-Rio teve ainda a apresentação da Orquestra de Percussão da Escola de Samba Quem São Eles, sob o comando do maestro Pedro Paulo Júnior, e do puxador de samba enredo da escola, Andrezinho do Império. Também se apresentaram as passistas da escola, o que empolgou o público, que dançou com elas.
A noite foi encerrada com a apresentação da banda paraense Marmenino. O grupo, formado pelos músicos Fellipy Fernando, Elias Bronzer, Luan Santos e João Bosco, apresentou o repertório de seu novo trabalho que é baseado na guitarrada paraense.
Cinema - O Dia Nacional do Cinema Brasileiro homenageia a primeira exibição cinematográfica pública no Brasil, evento realizado em 1896, no dia 5 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ). Para celebrar a data, a Fumbel programou para o Cinema Olympia a apresentação do documentário “Pau e Corda, Histórias de Carimbó - Cem Anos de Verequete”, produção da TV Cultura do Pará, dirigida por Guaracy Britto Jr., em celebração ao centenário de nascimento de Mestre Verequete, que ocorreu no ano de 2016.
Quem estava ansiosa pela exibição do documentário era a produtora de audiovisual Laila Vidal, de 38 anos. “Procuro acompanhar a programação do Cine Olympia, e me interesso muito pela cultura do Pará. Então, ter essa oportunidade de ver um filme sobre Verequete é muito importante para mim”, avaliou Laila, que acaba de chegar a Belém, depois de ter morado na Espanha e em São Paulo.
Para Marco Antônio Moreira, programador do Cinema Olympia, exibir um documentário sobre Mestre Verequete é também uma forma de resistência. “O (cine) Olympia é um local onde procuramos exibir filmes inéditos, e as pessoas já esperam que isso ocorra. Mostrar o trabalho e a vida de Verequete é uma forma de marcar a importância dele para as gerações mais jovens, e também uma forma da cultura paraense resistir”, enfatizou Marco Antônio.