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Secretaria da Mulher promove palestra para mães em hospital oncológico

Evento no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo contou com a presença de mães e responsáveis por crianças e adolescentes que enfrentam a difícil batalha contra o câncer.
Foto: Jader Paes
Secretaria da Mulher promove palestra para mães em hospital oncológico
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Secretaria da Mulher promove palestra para mães em hospital oncológico
Secretaria da Mulher promove palestra para mães em hospital oncológico

Mães e responsáveis mulheres compartilham o dia a dia de luta contra o câncer infantojuvenil durante a palestra da secretária Silvane Ferraz.

Em celebração ao mês das mães, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal da Mulher (Semu), promoveu nesta quarta-feira, 14, uma palestra para mães e responsáveis de crianças e adolescentes que estão enfrentando a batalha contra o câncer infantojuvenil. Intitulada “Direitos das Mulheres”, a palestra ocorreu no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, e foi proferida pela titular da Semu, Silvane Ferraz.

O evento contou com a presença de oito mães e responsáveis mulheres de crianças e adolescentes que realizam tratamento no hospital, além dos profissionais de saúde que trabalham no local e das professoras do Programa Classe Hospitalar, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com o hospital, e que assegura o acesso das crianças em tratamento oncológico à educação básica.

Compartilhamento. Essa foi a palavra que definiu o encontro. De acordo com a secretária Silvane Ferraz, a proposta era que as mães e responsáveis compartilhassem, umas com as outras, esse período complicado que estão enfrentando. E refletissem sobre a importância de mesmo diante das dificuldades olharem para si. 

“Enquanto mulher, a gente cuida muito do outro e esquece da gente, principalmente vocês, mães, que estão passando por essa situação com os seus filhos. E a gente precisa olhar para si também, buscar nossa espiritualidade, cuidar da nossa saúde e se abrir para as pessoas. Conversar, trocar experiências, porque falar cura. A gente precisa se cuidar para poder cuidar do outro”, disse a titular da Semu.

Durante a conversa, as mães relataram a dificuldade de realizar esse autocuidado e a sobrecarga emocional de ter um filho diagnosticado com algum tipo de câncer. Algumas explicaram que moram em outros municípios e se mudaram para Belém para realizar o tratamento do filho no hospital oncológico.

Elizandra Souza, de 34 anos, é dona de casa e natural do município de Juruti. Ela se mudou para Belém com a filha, Thayla Sophia Brito, de 10 anos, após a criança ser diagnosticada com leucemia.

“A minha filha está há quase quatro anos em tratamento no hospital Octávio Lobo. Eu esqueci de tudo para cuidar dela e só vivo dentro do hospital. O que a gente passa aqui não é fácil, eu esqueci completamente de mim. Tanto que estou aqui em Belém há bastante tempo e não conheço nada, Ver-o-Peso, shopping, nada”, desabafou Elizandra.

A filha de Elizandra receberá alta em breve das sessões de quimioterapia e ficará sendo acompanhada pelos médicos do hospital. A mãe relatou que, apesar da alta hospitalar, ainda sente muito medo de sair de casa para tentar se distrair um pouco e conhecer a cidade.

Essa palestra da Semu foi para mim um momento de aprendizado e acolhimento. Compreendi que precisamos olhar para a nossa autoestima. Estou me sentindo mais encorajada a tentar ter esses momentos de lazer, entendi que eles são importantes. E eu tenho uma rede de apoio com quem posso deixar minha filha para conhecer esses lugares e me distrair, olhar um pouco para mim, como a secretária falou”, disse a dona de casa.

A costureira Socorro Jaster, de 65 anos, acompanhou a palestra atenta e falou sobre a força que precisou ter quando descobriu que sua neta, na época com 5 anos, havia sido diagnosticada com um tumor no cérebro. “Mesmo bastante abalada eu continuei trabalhando, pois era aquilo que preenchia meu vazio”, compartilhou a costureira.

A avó é quem cuida de Ana Caroliny Pereira, hoje com 19 anos. Por ser um tumor que está localizado em uma parte do cérebro que não pode ser retirado, Ana Caroliny realiza o tratamento e acompanhamento desde os 5 anos de idade no hospital, sempre acompanhada pela avó.

Para ela, o ponto alto da palestra foi quando a secretária da Semu falou sobre a importância de compartilhar os problemas, sobre a cura por meio da fala. “Essa palestra me motivou a conversar mais sobre o problema que eu enfrento todos esses anos. Muitas vezes a gente se fecha, não quer desabafar. E eu percebi o quanto é importante esse compartilhamento, pois tem muitas mães e avós passando pelos mesmos problemas que eu e minha neta passamos”, afirmou.

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